Colômbia

Paz na Colômbia depende de acesso à terra, diz Nobel de Economia

17 fev 2017, 10:23 - atualizado em 05 nov 2017, 14:07

O Prêmio Nobel de Economia de 2001, o norte-americano Joseph Stiglitz, disse nessa quinta-feira que para manter a paz na Colômbia é preciso garantir a distribuição da terra. A afirmação foi feita durante uma conversa em Bogotá com o presidente Juan Manuel Santos. A informação é da Ag encia France-Presse (AFP).

“A manutenção da paz exigirá que se garanta a terra e o emprego para os afetados” pelo conflito armado de mais de meio século, disse Stiglitz no fórum “O futuro da Colômbia: Justiça Social e Economia”, do qual participou ao lado de Santos, ganhador do Nobel da Paz em 2016 por selar um acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Stiglitz destacou que é preciso trabalhar para reduzir a desigualdade social, uma das causas do aparecimento de grupos rebeldes como as Farc e o Exército de Libertação Nacional (ELN), que instalou há uma semana uma mesa de diálogo com o governo de Santos em Quito. O norte-americano acrescentou que é “essencial ter boas instituições que tratem o tema da terra e sua distribuição, além de dar terras aos camponeses”.

O problema da posse da terra é chave nas origens do conflito armado colombiano. No âmbito do acordo selado com as Farc em novembro passado há um ponto que propõe reformas no campo. “É necessário forte investimento no setor rural, que promova o desenvolvimento do campo”, disse Stiglitz, para quem o acordo de paz traz “oportunidades e desafios impressionantes” que só serão bem aproveitados se servirem para ajudar a superar a iniquidade e a pobreza no país.

Neste sentido, segundo o Prêmio Nobel de Economia, é preciso, para a paz, garantir trabalho àqueles que estiveram envolvidos em um conflito que incluiu guerrilhas, paramilitares e agentes estatais e que deixou pelo menos 260 mil mortos, 60 mil desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados.

Santos anunciou que os membros das Farc estariam terminando de entrar, em “três ou quatro dias”, nas áreas de concentração, onde deixarão, progressivamente, as armas sob vigilância da ONU. Eles vão se preparar para a reintegração à vida civil.

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