Estados Unidos (EUA)

Payroll: Dados de emprego nos EUA acendem luz amarela para economia do país; entenda

05 abr 2024, 10:52 - atualizado em 05 abr 2024, 10:52
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Payroll surpreendeu mercado, com 91 mil novas vagas de trabalho acima das expectativas (Imagem: REUTERS/Amira Karaoud)

payroll, relatório de emprego dos Estados Unidos (EUA), divulgado nesta sexta-feira (05) pelo Departamento do Trabalho, apresentou a criação de 303 mil vagas de trabalho em março de 2024, com a taxa de desemprego ainda em 3,8%. Antes dos resultados, a previsão do mercado era para números em torno de 212 mil.

Além dos novos dados, os dados de janeiro foram revisados para cima, passando de 229 mil para 256 mil novas vagas de trabalho. Já os números de fevereiro foram reajustados de 275 mil para 270 mil.

Os ganhos estão acima da média mensal de 231 mil observada no último ano, com empregos surgindo principalmente em setores governamentais (+71 mil), de assistência médica (+72 mil) e construção (+39 mil).

Agora, os norte-americanos trabalham mais, 34,4 horas semanais, em média. Além disso, eles recebem 0,3% a mais, chegando a um salário médio por hora trabalhada de US$ 34,69, ou R$ 174,92.

Payroll acende luz amarela para dirigentes do Fed

O Federal Reserve (Fed) observa atentamente as movimentações no mercado de trabalho. Com um aquecimento, as expectativas de cortes nas taxas de juros podem ser reduzidas.

Para Andre Fernandes, especialista em mercado de capitais e sócio da A7 Capital, os dados de emprego surpreenderam o mercado e demonstram que o mercado de trabalho nos EUA ainda está muito aquecido.

“E isso pode ser refletido na inflação, a tornando mais persistente, corroborando os últimos discursos de dirigentes do Fed dessa semana, de que o juro neutro por lá deve ser maior do que o esperado”, complementa.

Andre afirma que as atenções agora se voltam para os dados do índice de preços das despesas de consumo pessoal (PCE, em inglês), o índice de inflação preferido do Fed, o que dá mais pistas sobre o número de cortes de juros.

Para Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, os dados não devem alterar a percepção dos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) sobre o cenário e a busca pela confiança extra no sucesso do combate à inflação permanece.

“Apesar das surpresas, houve reações positivas dos mercados após a divulgação do relatório de emprego, mas o que deverá impactar as apostas sobre o curso da política monetária serão os números de inflação a serem divulgados na semana que vem”, complementa.

Mercados sentem dados dos EUA

O sócio da A7 Capital nota que a reação inicial do mercado foi refletida nas treasuries. “A treasury de 10 anos estava negociando após a divulgação próximo dos 4,40%, com uma alta de 2% após o payroll”, diz.

“Nos juros futuros daqui, apesar do estresse das treasuries, a curva de juros não se mexeu e operou estável”, complementa.

Logo após a divulgação dos dados acima do esperado nos EUA, o Ibovespa (IBOV) passou a cair 0,20%, a 127.666.



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