Estados Unidos (EUA)

Payroll: 353 mil novas vagas de emprego nos EUA podem ser má notícia para cortes de juros; entenda

02 fev 2024, 11:22 - atualizado em 02 fev 2024, 11:24
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Expectativa para o payroll de janeiro era de 185 mil novas vagas (Imagem: Getty Images Signature)

O payroll, relatório de emprego dos Estados Unidos (EUA), divulgado nesta sexta-feira (02) pelo Bureau of Labor Statistics, apresentou a criação de 353 mil vagas de trabalho em janeiro de 2024. Antes dos resultados, a previsão era de 185 mil, de acordo com os economistas do Dow Jones Data.

Houve também a revisão dos dados de dezembro de 2023. Anteriormente, foi divulgada a criação de 216 mil vagas no país, mas os dados foram alterados para 333 mil.

A taxa de desemprego continuou em 3,7%, pelo terceiro mês consecutivo, e houve um aumento salarial de 0,6%. As previsões eram de 3,8% e 0,3%, respectivamente.

São 6 milhões de desempregados nos EUA. As taxas são maiores entre homens adultos (3,6% estão desempregados) e negros ou afro-americanos (5,3%)

Os americanos recebem um salário médio por hora trabalhada de US$ 34,55, ou R$ 170,87, e agora trabalham menos — em média, 34,1 horas por semana.

Os setores que mais tiveram contratações foram o de serviços profissionais e empresariais (+74 mil), assistência médica (+70 mil), varejo (+45 mil) e assistência social (+30 mil).

Enquanto isso, os que menos obtiveram contratações foram os setores de mineração, construção civil (em especial, menos contratações de pedreiros) e na indústria de extração de óleo e gás.

Qual é a importância do payroll para o Fed?

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, discursou na quarta-feira (29) e afirmou que não acredita que os EUA chegarão a um nível suficiente de confiança em março, em referência à possibilidade de cortes nas taxas de juros americanas.

Com um resfriamento do mercado de trabalho, as expectativas de cortes em maio poderiam ganhar mais força. Mas, com um mercado aquecido, as esperanças mudam.

Matheus Spiess, estrategista da Empiricus, analisa a relação entre os cortes e os dados de emprego do país, “Existe uma preocupação palpável de que indicadores mais fortes de emprego possam postergar essa ação”.

Para a analista chefe da Money Wise Research, Cleide Rodrigues, “no final do ano passado, havia uma expectativa do corte de juros nos EUA acontecer em março, mas agora o mercado já não está mais esperando. Então, se o mercado tinha alguma esperança com esse payroll, diante desse resultado tudo fica mais distante”.

A probabilidade de cortes em maio, de acordo com o CME FedWatch Tool, é de 71,9%.

Mercados sentem dados dos EUA

Logo após a divulgação dos dados acima do esperado nos EUA, o Ibovespa (IBOV) passou a cair 0,63%, a 127.675. O índice segue renovando as mínimas do dia.



Lá fora, o mercado futuro de Wall Street também perdeu força. Dow Jones passou a recuar 0,17%, enquanto S&P 500 e Nasdaq anemizaram as altas para 0,28% e 0,60%, respectivamente.

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