Pausa ameaçada? Saiba se inflação dos combustíveis pode colocar nova alta de juros nos planos do Fed
Último grande dado antes da decisão do Federal Reserve, o CPI (índice de inflação) dos Estados Unidos referente ao mês de agosto deverá mostrar uma inflação mais quente do que o normal.
Segundo previsão do Bank of America, que gira em torno do consenso de Wall Street, a inflação na base mensal deverá crescer 0,6%, puxada por um avanço no preço de combustíveis. A leitura cheia da inflação é projetada para 3,6% na comparação anual.
Em termos de preços não relacionados ao núcleo da inflação, o BofA projeta um pulo de 5,9% no preço de energia na medição de agosto, canalizando a disparada do petróleo no mercado internacional desde o corte da Opep+ em junho.
Enquanto isso, há a expectativa do crescimento do preço de alimentos em 0,2% na base mensal. Para o núcleo da inflação, que desconta os componentes mais voláteis, o braço de análise macroeconômica do BofA também espera um aumento de 0,2% na comparação mensal, o que levaria o acumulado de 12 meses cair a 4.3%.
“Mais do que isso, o número [0,2% no mês] resultaria na queda das taxas de inflação anualizadas de 3 e 6 meses para os menores níveis desde o início de 2021”, coloca a nota.
Entre os componentes que estruturam o núcleo da inflação não relacionados a serviços, o BofA projeta um declínio em categorias como lazer, carros usados, mobílias residenciais e outros.
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Economistas veem Fed pausando o ciclo de vez
Apesar do beliscão dos combustíveis previsto para a medida de inflação, economistas-chefes dos principais bancos americanos estão mais convictos de que o BC não irá realizar novos aumentos nos juros até o fim do ano.
Atualmente, a projeção contida no Fed Funds aponta, com uma margem de 93% de probabilidade, para a manutenção da taxa-base na faixa atual de 5,25-5,50%.
Mas não apenas isso. Os economistas acreditam que o Fed passará, enfim, a realizar cortes a partir do ano que vem.
“Enquanto os EUA irão, provavelmente, desviar de uma recessão, o crescimento econômico lento elevará a taxa de desemprego e reduzirá gradualmente a inflação”, diz a projeção da Associação de Bancos Americanos.