Paulo Leal: O Social Commerce se tornou uma mina de diamantes. Mas você sabe lapidá-los?
Chegamos à metade de 2021. Estamos perto do Dia dos Namorados e já iniciamos a preparação das nossas listas de desejos para o Natal e Ano Novo.
Pela primeira vez na história, todo mundo tem algo em comum nesses desejos: a roupa que comprávamos apenas se pudéssemos experimentar agora escolhemos com a fita métrica em casa e as instruções de medidas do site da loja; pratos elaborados que só comíamos no restaurante começaram a ser feitos em casa e nos arriscamos, muitos pela primeira vez, a comprar itens para a preparação dessas receitas, nunca antes comprados; os pedidos de delivery explodiram tanto em mercados de bairro como restaurantes. Delivery segue em alta.
Com a mudança no consumo, pequenas, médias e grandes empresas tiveram de “correr contra o tempo” para terem condição de entregar seus serviços e produtos de forma online.
O que antes era considerado como novas mídias ou termos em inglês que se só seriam realidade daqui algum tempo se tornaram emergenciais para a sobrevivência dos negócios: social marketing, social commerce, live blogging, OTT.
A pandemia fez do marketing e da publicidade não só a alma, mas também olhos, pernas e braços dos negócios. Afinal, a plataforma de vendas e comunicação com o usuário se tornou uma só: a Internet.
Nossos colaboradores que não lidavam com marketing digital e o mundo publicitário precisaram começar a entender sobre as novas mídias e como aplicá-las.
Publicidade e marketing experimentaram um boom inédito na história. A busca pelo termo “marketing digital” no Google subiu 53% em maio se comparado com o mesmo mês, em 2019.
Os 100 maiores influenciadores com mais interações no Instagram tiveram uma média de crescimento de 960 mil seguidores entre janeiro e março deste ano, segundo pesquisa feita em parceria pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e a Socialbakers. É um aumento significativo se considerarmos que no último trimestre de 2020 o salto havia sido de 390 mil.
O e-commerce dentro do setor varejista mundial experimentou um crescimento de 209% em comparação com abril de 2019, de acordo com a ACI Worldwide. O PIB brasileiro cresceu 7,7% em outubro/2020, o que mostra uma retomada significativa da economia.
A combinação deste cenário de alta das vendas online com o marketing nas redes sociais, com aumento de 56% no investimento em anúncios, abriu grande oportunidade para as marcas fortalecerem o comércio realizado dentro das próprias redes sociais.
A Insider Intelligence prevê que as vendas do social commerce nos Estados Unidos aumentarão 34,8% em 2021, batendo US$ 36,09 bilhões, o que irá representar 4,3% de todas as vendas de comércio eletrônico do varejo americano.
No Brasil, país que sempre figura entre os que têm os usuários mais ativos nas redes, a tendência também vem se fortalecendo.
A consultoria Ebit-Nielsen indica que as vendas pela internet no Brasil aumentaram 41%, atingindo R$ 87 bilhões, em 2020. Como parâmetro da explosão, basta constatar que o crescimento em 2018 e 2019 havia ficado em 12% e 16%, respectivamente.
O número de usuários das mídias sociais no mundo aumentou 13% no ano passado, chegando a 4,2 bilhões de usuários. Foi o maior aumento em três anos, de acordo com o relatório Digital 2021, fruto de uma parceria entre a We are Social e a Hootsuite.
O tempo médio diário global gasto nessas mídias foi de 2h25, enquanto no Brasil chega a 3h42, o terceiro mais alto entre os países pesquisados.
O social commerce amplia a humanização do relacionamento da marca com seus fãs. Além disso, tem a vantagem da experiência de compra se dar no momento do impacto da campanha de marketing.
Marcas brasileiras como a Magazine Luiza (MLGU3) já se aproveitam disso e, no perfil da varejista no Instagram, é possível efetuar a compra com apenas um clique na foto do produto.
De olho na onda do social commerce, as principais redes sociais do mundo já criaram plataformas para possibilitar as vendas dentro de seus ambientes. Facebook e Instagram lançaram, no ano passado, o Facebook Shop e o Instagram Shop.
Em 2019, o Instagram já tinha dado a possibilidade de que as vendas fossem realizadas na plataforma por influenciadores ou perfis de marcas com o Instagram Checkout. O Pinterest foi outra rede que anunciou, em abril, a expansão da parceria com o Shopify para acelerar seu social-commerce.
O relatório Insider Intelligence’s Social Commerce 2021 mostra que millenialls e jovens da Geração Z, mais ativos e familiarizados com as redes sociais e motivados por conteúdos de influenciadores digitais, são provavelmente os que mais devem ser engajados por esse tipo de abordagem.
Ainda segundo o relatório, as categorias de moda, incluindo vestuário e acessórios, seguem como as principais para o social commerce, ainda que os segmentos de estilo de vida, eletrônicos e decoração de casa também sejam importantes. Fica a dica: produtos com algum apelo especial são os mais adequados para o ambiente do comércio social.
Entre as estratégias para obter sucesso no social commerce, observadas pela Insider Intelligence, estão o uso de influenciadores digitais, publicações com “call to action” para consumidores e conteúdo gerado pelo usuário.
Com isso, o marketing de conteúdo se apresenta como uma ferramenta importante para avançar no social commerce. Anote então mais uma dica: avaliações de produto por influenciadores, dos grandes aos micros, ajudam na decisão de compra.
Entre as redes sociais preferidas, o relatório aponta o Instagram e o Pinterest como as que promovem as experiências mais relevantes de social commerce atualmente, enquanto Facebook, Snapchat e TikTok estão expandindo suas ofertas neste segmento.
No Brasil, informa o relatório da We Are Social e da Hootsuite, o Instagram ocupa a quarta posição entre todas as redes, com 95 milhões de usuários no fim de 2020, e o Pinterest, a sétima, com 38 milhões.
Além disso, a taxa de engajamento do Instagram é quatro vezes superior à do Facebook, sendo a rede principal de atuação dos principais influenciadores digitais.
Outro relatório da mlabs revela que a taxa de engajamento do feed do Insta no último trimestre de 2020 foi de 9,30%, um crescimento de 11,62% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado.
No mesmo quesito, o Facebook teve queda de 7,69% em 2020, baixando para 2,02%.
Você está preparado para o Live Commerce em 2021?
Canais como Live Commerce, Live Blogging e OTT eram debatidos em foros de discussão segmentados para as equipes de marketing das empresas.
O Live Commerce é a venda de um produto ou serviço por meio de uma live. A venda ocorre em tempo real e dá para ver o resultado imediato das vendas. Parece algo simples, mas o que mais se erra nesta estratégia é não ter um objetivo claro para se realizar a Live Commerce.
A interação ao vivo e a compra em uma única ferramenta ainda é um desafio no Brasil. Muitas empresas fazem a interação no Instagram e no Facebook, apresentam os seus produtos, criam engajamento com o público por meio de um bom apresentador, investem em cenário, mas a venda só pode ser concluída no site da empresa, obrigando o cliente a usar outra ferramenta.
Para tirar o melhor proveito dessa estratégia é necessário investir em tecnologia para integrar apresentação e venda do produto na mesma plataforma. Além disso, contar com equipamentos apropriados, uma boa câmera, iluminação e, claro, ter o objetivo de vendas adequado ao seu público.
Já o Live Blogging é algo feito pelas TVs tradicionais, por exemplo: o acompanhamento, em tempo real, de um evento, episódio, lançamento de um produto. É a entrega da atualização de um acontecimento para um público interessado naquele assunto. Também exige planejamento.
Você, como gestor de uma empresa, precisa saber quais eventos fazem sentido para o seu público, sobre qual assunto do momento vale se posicionar para engajar o seu consumidor e qual assunto é bom se afastar.
Esta é uma ferramenta de marketing que exige muita cautela e que também traz ganhos palpáveis às empresas. Para facilitar a operação dela, há algumas ferramentas como Twitter, Live Blog, 24Live Blog entre outras.
Por último, há a alternativa de produzir seus vídeos, que podem ser no formato de Live (transmissão ao vivo pela internet) ou VOD (vídeo gravado antes de ir ao ar). O OTT, assim como a Live Commerce e Live Blogging, também requer um objetivo de curto, médio e longo prazo.
Então, esse cenário de oportunidades com o social commerce demanda não somente aumentar o investimento, mas especialmente um planejamento bem desenhado.
As plataformas que conectam influenciadores e anunciantes são várias. Entretanto, é fundamental que a marca tenha acesso a informação e tecnologia de ponta para tirar proveito da imensidão de dados qualitativos e quantitativos que as redes sociais geram.
Que tal você incluir, naquela sua lista de desejos para 2021, divulgar seu negócio e tirar do papel o marketing digital para a sua empresa? Pesquise, busque, e escolha uma boa agência de comunicação para te ajudar neste processo de publicidade e bons parceiros para crescer o digital na sua empresa.
O social commerce é uma mina extremamente preciosa para as marcas. O segredo está em saber explorar esses diamantes da forma mais eficiente. Mas você sabe como lapidá-los?
Que essa segunda metade do ano nos traga, além de vacinas suficientes, boas estratégias e vendas no digital para todos nós!
Paulo Leal é Diretor Geral na SamyRoad