Paulinho da Força é alvo de desdobramento da Lava Jato que investiga crime eleitoral
A Polícia Federal (PF) cumpre sete mandados de busca e apreensão na manhã de hoje (14) como parte da investigação contra o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP) por crimes eleitorais.
As ações estão sendo feitas em São Paulo e Brasília, pela chamada Operação Dark Side – a primeira fase da Operação Lava Jato em conjunto com a Justiça Eleitoral.
Segundo as investigações, existem indícios de que Paulo Pereira, o Paulinho da Força Sindical, recebeu R$ 1,7 milhão em doações eleitorais não contabilizadas em 2010 e 2012.
Os pagamentos foram feitos, de acordo com a PF, por meio da simulação de serviços de advogados e também em dinheiro vivo, com o apoio de doleiros. Em 2012, houve ainda, segundo a apuração policial, o repasse de dinheiro da entidade sindical ao escritório de advocacia.
As informações foram repassadas por executivos do grupo JBS (JBSS3) em acordo de colaboração premiada com a Justiça. A quebra dos sigilos bancários e informações repassadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras reforçaram os indícios.
Segundo as investigações, um dos sócios do escritório de advocacia usado para dissimular o recebimento dos recursos tem como um dos sócios o genro do parlamentar.
Está sendo apurada ainda a prática do crime de lavagem de dinheiro e se houve continuidade dos crimes após 2012. Os investigados na ação de hoje podem responder por falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro.
Em nota, Paulinho disse que “desconhece os fatos apurados” e que soube das investigações “pela imprensa”.
“Caso os mandados digam de fato respeito a alegado caixa dois dos anos de 2010 e 2012, a partir da delação da JBS, conforme notícias veiculadas, o deputado lamenta o ocorrido na data de hoje tendo em vista que já são passados 10 anos desde os fatos apontados, sendo que suas contas das eleições de 2010 e 2012 foram aprovadas regularmente pela Justiça Eleitoral”.
Rede de lojas Marisa rebate acusações
A Marisa (AMAR3) rebateu, no dia 6 de junho, as acusações de favorecimento que constam na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), em que o parlamentar atuou em benefícios da rede de lojas Marisa e da prefeitura de Praia Grande, no litoral paulista, em três empréstimos junto ao banco estatal BNDES que somaram R$ 524 milhões.
A rede de loja declara que as informações com menção à “rede de lojas Marisa” são inverídicas, uma vez que jamais foi investigada pela Polícia Federal ou pelo Ministério Público Federal na operação que deflagrou a denúncia e a condenação noticiada.
A menção ao nome da Marisa na referenciada notícia deu-se em função do indiciamento e investigação, na denominada Operação Santa Teresa da Polícia Federal, de prestador de serviços contratado, à época, pela companhia, para auxiliar em seu plano de expansão.
Dessa forma, visando manter total transparência com o mercado e com o seu público interno, a Marisa contratou, à época do indiciamento e investigação de seu prestador de serviço, a KPMG para a realização de auditoria no contrato ativo de financiamento com o BNDES, a qual não identificou qualquer divergência em seus controles contábeis.
O político foi condenado a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).