‘Patinho feio’ da bolsa renova máximas e deixa Ibovespa comendo poeira; por quê?
Em dia de queda generalizada do Ibovespa, com índice derretendo 1,78%, a 17.425,70 pontos, uma ação que carrega desconfiança de parte do mercado disparou nesta quinta-feira. Trata-se do IRB (IRBR3), que subiu 5,02%, a R$ 48,73, renovando suas máximas no ano.
De acordo com Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, a alta nesta sessão reflete a nova diretoria estatutária, aprovada na última segunda-feira (3). Marcos Pessôa de Queiroz Falcão foi reeleito para o cargo de diretor presidente, vice-presidente financeiro e diretor de relações com investidores.
Na última sexta-feira, o ex-ministro de Estado, Maurício Quintella Malta Lessa, foi indicado pela União Federal para assumir o cargo de presidente do conselho de administração da companhia.
A posse de Lessa depende da eleição a ser realizada em assembleia geral do IRB, a ser convocada uma vez que obtida a aprovação regulatória necessária da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).
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É hora de comprar IBR?
O IRB, que passou por maus bocados na bolsa desde que foi acusada de fraudes contábeis em 2019, passa por boa recuperação em 2023. No ano, o papel dispara 86%.
Em comentário realizado após os resultado prévio de abril, quando reportou lucro líquido de R$ 6,1 milhões, Júlio Borba, analista da Benndorf, afirmou que a emissão de prêmios está mais fraca que o ideal, assim como o retorno sobre o patrimônio (ROE).
Porém, o analista espera uma melhora contínua dos resultados, trazendo o ROE para a casa dos dois dígitos novamente.
O BTG Pactual, inclusive, diz que o IRB possui vantagens competitivas. Dentre elas estão a compreensão dos processos de pagamento do cliente e conhecimento do ambiente jurídico brasileiro.
“A autonomia de decisão e a excepcional capacidade de subscrição reforçam ainda mais a sua posição”, dizem os analistas, em relatório.
“Considerando que é razoável supor que o IRB possa atingir um ROE igual ou superior ao seu custo de capital, a ação ainda parece subvalorizada”, diz.
A companhia passou por um progresso significativo de recuperação do IRB com início em novembro do ano passado, antes das renovações de políticas domésticas. “Os esforços de limpeza duraram novembro a janeiro, e outro bloco de contratos foi revisado em abril, cobrindo 80% das renovações”.
Mesmo assim, a Benndorf e o BTG não têm recomendação de compra para IRB. Borba, da Benndorf, diz que o ativo é “muito arriscado” e já precifica uma melhora substancial nos resultados. O BTG, por sua vez, tem indicação neutra para IRBR3, com preço-alvo em R$ 40.
Com Giovanna Leal