Giro do Mercado

Festividades e pressão em serviços devem impactar IPCA nos próximos meses, diz economista

12 nov 2024, 18:12 - atualizado em 12 nov 2024, 18:14
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(Imagem: Canva Pro)

As festividades de fim de ano e o setor de serviços, que tem enfrentado pressões inflacionárias, devem impactar o IPCA nos próximos meses, afirma Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, no Giro do Mercado desta terça-feira (12).

Argenta explica que, com a proximidade dos meses de Natal e Ano Novo — período caracterizado por aumento de compras e reajustes de preços —, a economia entre em uma fase desfavorável para a inflação, que, segundo ela, só deve mostrar recuperação entre julho e setembro de 2025.

A economista também ressalta que o setor de serviços deixou de contribuir positivamente há algum tempo, resultando em aumentos nos preços administrados e intensificando a aceleração inflacionária.

“No mês passado, as carnes, principalmente a bovina, registraram uma alta de mais de 5%”, observou ela.

Em outubro, o preço das carnes avançou 5,81%, segundo os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), representando o maior impacto da inflação de alimentos no período, que avançou 1,06%.

Argenta pondera que, em um cenário alternativo de juros, existe a possibilidade de um reajuste de 0,5 ponto percentual, podendo chegar a 0,75, devido ao momento mais crítico de atividade econômica previsto para os próximos três meses.

“Se não acontecer esse reajuste desses cinco pontos na próxima reunião, acho que existe um espaço significativo para ele acontecer na reunião seguinte’’, disse Argenta.

Na manhã desta terça-feira (12), o Copom divulgou uma nova ata, na qual os diretores expressaram preocupações com a desancoragem das expectativas de inflação.

O Comitê também sinalizou que poderá prolongar o ciclo de aperto monetário caso as expectativas inflacionárias continuem se deteriorando.