Economia

Combustíveis, educação e transportes: Veja o que pode acelerar a inflação do IPCA-15 de fevereiro

26 fev 2024, 14:29 - atualizado em 26 fev 2024, 14:29
IPZA-15, Economia, Brasil, IBGE, Inflação
O IPCA-15, a prévia do índice que mede a inflação do país, será divulgado nesta terça-feira (27) (Imagem: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) deve acelerar no segundo mês de 2024 — o dado será divulgado nesta terça-feira (27), às 9h, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo especialistas, passagens aéreas, combustíveis, educação e transportes justificam a freada esperada para fevereiro.

Warren Investimentos projeta uma alta de 0,85% no IPCA-15 de fevereiro e variação de 4,56% em 12 meses. A projeção de 2024 é de 4%, considerando um balanço de riscos baixista. Para 2025, a corretora aposta em 3,5%.

A estrategista de inflação da Warren, Andréa Angelo, destaca que as pressões mais relevantes devem vir de educação e transportes — devido, principalmente, ao novo valor da alíquota da gasolina. Com isso, ela projeta uma alta de quase 1,5%, já esperada, nesse grupo.

No grupo de educação, Angelo aponta uma incidência do reajuste dos cursos regulares, trazendo ao índice uma estimativa de alta de 5,55% — contribuindo com 0,25 p.p entre as leituras do IPCA-15 de janeiro e fevereiro.

Para o analista Matheus Spiess, da Empiricus Research, os dados podem vir “qualitativamente piores”, o que é visto como um problema em meio ao ciclo de flexibilização da política monetária, “diante do que se pressupõem, antes, um processo de desinflação contínua”.

Spiess aponta também que, em caso de o índice vir maior do que o esperado e com dados de serviços ruins, por exemplo, o mercado poderá ter um “estresse” com a prévia de inflação.

IPCA-15: O que esperar dos dados de inflação de fevereiro?

Andréa Angelo enxerga um cenário de desaceleração no segmento de alimentação no domicílio entre janeiro e fevereiro, especialmente pelos alimentos in natura. No entanto, o grupo ainda mostrará inflação elevada de 1,40%, segundo as projeções.

“Se estivermos corretos, em apenas dois meses do ano acumulará alta de mais de 3%. No entanto, este é um grupo que vemos simetria baixista em relação à nossa projeção do ano, que é de alta de 6%”, afirma.

Para a estrategista, o balanço de riscos deste número é altista em razão do grupo de despesas pessoais e educação.

“Na avaliação qualitativa, as principais medidas de núcleos deverão apontar variação média de +0,48%, acelerando em razão ao dado anterior (0,35%), ou 4% em 12 meses”, diz.

“No entanto, a inflação de serviços subjacentes poderá atingir +0,58%, desacelerando em relação ao IPCA-15 de janeiro (0,68%) e ficando estável em 4,9% em 12 meses”, afirma.

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