Partiu SUS? Reajustes nos planos de saúde podem permanecer salgados em 2024; entenda
Os planos de saúde em 2024 devem continuar doendo no bolso, em linha às mensalidades aplicadas em 2023. Isso porque a estimativa é de variação entre 20% e 25%, segundo estudo da consultoria Arquitetos da Saúde.
Segundo Luiz Feitoza, Sócio e co-fundador dos Arquitetos da Saúde, o reajuste médio aplicado tem sido bastante alto, sendo observado não somente “pela média ponderada, mas pela média aritmética de cada banda — range da ANS por tamanho de vidas por contrato”.
Dessa forma, analisando todos os reajustes aplicados de empresas pequenas e grandes, é visível a recuperação de receita da operadora. No entanto, para a maioria dos contratos, os reajustes seguem altos.
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De quanto será o reajuste dos planos de saúde empresarias em 2024?
Com base ao levantamento, os reajustes aplicados já estão em 26%, observando o período entre setembro de 2022 e agosto de 2023, para planos empresariais de pré-pagamento.
Em vista da falta de melhora no indicador pós-pandemia, mesmo no espectro mais amplo possível, “nenhuma aposta fora de 20% a 25% parece razoável”, aponta Feitoza. “A não ser que os números a serem divulgados do 4º trimestre de 2023 traga algo diferente para nós, o que não acredito”, finaliza.
A estimativa é feita com base ao “Pool de Risco”, serviço no qual agrupa contratos coletivos com até 29 vidas — no qual acopla 95% dos contratos de planos de saúde empresarial — e possibilita o cálculo para a aplicação de reajustes.
Dessa forma, o índice apurado para aplicação de reajuste no guarda-chuva PME até 29 vidas (regulado pela RN 565), data base 2023/2024 é de 20,34%.
A lista de operadoras atendem, juntas, 55,80% dos contratos de pré-pagamento empresarial.
Confira a tabela dos porcentuais de reajuste:
É importante frisar que foram apresentados números que representam a média do setor. Em casos isolados, os resultados podem ser distintos.
Feitoza pontua que as operadoras estão sempre dispostas a negociar o reajuste. Tanto em casos do contrato da empresa ter boa sinistralidade, bem como empresas acima de 29 vidas, nas quais o resultado pode ser impactado por casos isolados.
Planos individuais: Os clientes da Amil serão afetados pela venda?
Há algumas semanas, o mercado se surpreendeu com a notícia de venda da rede de saúde Amil, que pertencia à United Health Group (UHG).
A companhia foi vendida por R$ 11 bilhões para o empresário José Seripieri Filho, fundador da Qualicorp.
No entanto, a mudança de gerência não pode impor mudanças e reajustes, visto que por lei, o cliente tem direito a permanecer usufruindo daquilo que contratou com a companhia.
Sendo um alívio aos 5,4 milhões de beneficiários da rede, o Procon-SP disse ao jornal Estadão, que os clientes estão sob amparo da lei, em vista da manutenção do padrão de qualidade, quantidade e localização dos serviços prestados.
“Nessas situações de aquisição parcial ou total da carteira, o fornecedor que está absorvendo a empresa de planos de saúde deve manter as mesmas condições do plano e do contrato firmados”, afirma o diretor jurídico da Fundação Procon de São Paulo, Robson Campos.