Partidos de oposição pedem impeachment de Bolsonaro por gestão na saúde
Partidos da oposição PT, PSB, PDT, PCdoB, PSOL e Rede protocolaram nesta quarta-feira mais um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, denunciando-o por crime de responsabilidade na condução da saúde durante a pandemia de Covid-19.
Dentre os motivos listados no pedido de impeachment, os partidos apontam negligência do presidente em articular uma política nacional de combate à crise, deixando entes da Federação sem a devida assistência, e também na coordenação para a imunização da população.
Citam ainda as inúmeras situações em que Bolsonaro minimizou a gravidade da doença, estimulou aglomerações, desencorajou o isolamento social e desdenhou da necessidade de vacinação da população.
“A pandemia da Covid-19, que assolou o mundo em 2020, encontrou terreno fértil e promissor para um crescimento vertiginoso no território nacional”, diz a peça.
“As dificuldades, para os brasileiros, têm sido e ainda serão sobremaneira penosas e graves. Além do vírus mortal, que já ceifou mais de 219.000 (duzentas e dezenove mil) vidas em nosso País e contaminou quase 9 milhões de pessoas até a presente data, tivemos que enfrentar o vírus da ignorância, do negacionismo, da sabotagem, das orientações claudicantes ou da falta de orientações e principalmente, do escárnio e da relativização da doença, tudo emanada da principal autoridade política do país”, prossegue.
O documento entregue nesta quarta também não deixa de fora a defesa, por parte do presidente, do uso de medicações sem comprovação científica para o tratamento da Covid-19, incluindo ainda o direcionamento de recursos públicos para produção e compra desses remédios.
“Da negligência criminosa (‘gripezinha’) ao sarcasmo (‘sou messias, mas não sou coveiro’ – ‘e daí, todo mundo morre um dia’) com a vida dos doentes e os familiares dos mortos pelo coronavírus, o representado (Bolsonaro) agiu diuturnamente para sabotar os esforços sanitários adotados como forma de controlar a propagação do vírus, seja ignorando e incentivando, com seus milhares de acólitos e sabujos, o não uso de máscaras, seja promovendo e incentivando aglomerações, mas, principalmente e criminosamente, investindo recursos da União e divulgando, inclusive com gastos em propaganda institucional, o uso de medicamentos (cloroquina) sem eficácia científica comprovada e prejudicial à saúde dos doentes, especialmente aqueles portadores de comorbidades cardíacas”, afirma a solicitação.
Na terça-feira, foi protocolado um outro pedido de impeachment com base na má gestão da saúde, dessa vez apresentado por lideranças religiosas de vertentes católicas e evangélicas.
Com o documento apresentado nesta quarta pela oposição, Bolsonaro acumula 63 pedidos de impeachment protocolados, quatro deles já arquivados e um não aceito por não cumprir a certificação digital de assinatura.