Emmanuel Macron

Partido de Macron prepara terreno para vitória histórica

12 jun 2017, 11:36 - atualizado em 05 nov 2017, 14:02

Enrique Rubio, da Agência EFE

O partido do presidente francês, Emmanuel Macron, conseguiu nesse domingo (11), no primeiro turno das eleições legislativas, preparar terreno para conseguir no próximo domingo (18) o que pode ser uma vitória histórica, que lhe permitiria obter ampla maioria na Assembleia Nacional. A informação é da Agência EFE.

A República Em Marcha (LREM), que apresentou como candidatos uma mistura de políticos socialistas e conservadoras junto com figuras pouco conhecidas da sociedade civil, obteve – com 90% das urnas apuradas – 32% dos votos.

O resultado é melhor do que o previsto nas pesquisas para o partido macronista.

As demais legendas apenas conseguiram fazer um exercício de contenção de danos, sem sucesso em praticamente nenhum caso.

Os republicanos (centro-direita) são os segundos mais votados, com cerca de 20%. O panorama é ainda pior para o ultradireitista Frente Nacional, que com 14% dos votos ficaria longe do seu objetivo de alcançar, no segundo turno, as 15 cadeiras que lhe dariam o poder de formar grupo parlamentar.

O fracasso maior, como era esperado, é do Partido Socialista, que fica em torno de 9%, prejudicado pela ascensão da extrema-esquerda de Jean-Luc Mélenchon e a sua França Insubmissa (11%).

Os resultados mostram um panorama muito favorável para a ambiciosa agenda reformista de Macron, que pretende tocar em assuntos tão sensíveis como a lei trabalhista e a educação primária.

À espera do segundo turno, sua provável vitória fica por enquanto ofuscada pela baixíssima participação: apenas 49% dos eleitores franceses foram às urnas nesse domingo. O número marca um recorde de abstenção na França e fica abaixo do anterior, que foi de 57%, há cinco anos.

Esse cenário reabriu o debate no país sobre a conveniência de fixar a realização de eleições legislativas apenas um mês após as presidenciais.

O período foi estabelecido em 2001, no governo do então presidente Jacques Chirac, justamente para favorecer a criação de maiorias presidenciais no Parlamento.

A abstenção foi um dos argumentos usados pelos partidos derrotados para justificar o mau desempenho, ao atribuir o desinteresse da população a uma sequência interminável de eleições no último ano: primárias da direita e da esquerda, presidenciais e legislativas, todas elas em dois turnos.

Para o primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, a mensagem transmitida pelos eleitores “não tem ambiguidade”, apesar da alta taxa de abstenção. Antigo dirigente do Partido Conservador, Philippe considerou que no próximo domingo “a Assembleia Nacional encarnará o novo rosto da República”.

Entre os derrotados, a presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen, disse que a falta de participação tinha “penalizado” seu partido. Ela pediu que todos os “patriotas” compareçam para votar no próximo domingo a fim de frear a avalanche do LREM. O discurso é similar ao do responsável pela campanha dos republicanos, François Baroin, que exigiu da sociedade uma “mobilização” no segundo turno para evitar que “um só partido” concentre todo o poder.

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