Internacional

Parlamento Europeu remove Eva Kaili de cargo por acusações de corrupção

13 dez 2022, 11:27 - atualizado em 13 dez 2022, 11:27
Eva Kaili
Kaili, uma de 14 vice-presidentes do parlamento, estava entre quatro pessoas detidas e acusadas na Bélgica pelo escândalo que provocou indignação em Bruxelas e ameaça prejudicar a imagem da União Europeia (Imagem: Reuters/Divulgação)

O Parlamento Europeu destituiu a deputada grega Eva Kaili de seu cargo sênior na assembleia nesta terça-feira devido a alegações de que o Catar, anfitrião da Copa do Mundo, teria pago propina a ela para influenciar em tomada de decisões, acusações que ela nega.

Kaili, uma de 14 vice-presidentes do parlamento, estava entre quatro pessoas detidas e acusadas na Bélgica pelo escândalo que provocou indignação em Bruxelas e ameaça prejudicar a imagem da União Europeia.

O caso, no qual a polícia descobriu pilhas de dinheiro, lança uma sombra sobre o Parlamento Europeu, que busca ser um guia moral, ao criticar os abusos de direitos globais e repreender os governos da UE por qualquer indício de impropriedade.

O Catar negou qualquer irregularidade.

O parlamento agiu rapidamente para afrouxar os laços com Kaili. Votaram a favor da medida 625 deputados, apenas um contra e duas abstenções.

“A integridade do @Europarl_EN vem em primeiro lugar”, tuitou a presidente Roberta Metsola.

Michalis Dimitrakopoulos, advogado de Kaili na Grécia, disse nesta terça-feira: “A posição dela é que ela é inocente, posso te dizer isso.”

“Ela não tem nada a ver com o financiamento do Catar, nada, explícita e inequivocamente”, disse Dimitrakopoulos à Open TV em um primeiro comentário público.

Vários Estados da UE, incluindo a Alemanha, disseram que a credibilidade da união de 27 nações está em jogo. Os países que têm enfrentado críticas da assembleia, incluindo a Hungria, membro da UE, também comentaram.

“A partir de agora, o Parlamento Europeu não poderá falar sobre corrupção de maneira crível”, escreveu o ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, no Facebook.

A polícia belga vasculhou 19 casas e escritórios do parlamento de sexta a segunda-feira como parte de sua investigação e apreendeu computadores, telefones celulares e dinheiro.

Nenhuma das quatro pessoas acusadas foi formalmente identificada, mas o nome de Kaili vazou rapidamente para a imprensa.

reuters@moneytimes.com.br