Parceira da Tesla em vacina gera dúvidas após ação subir 752%
As ações da CureVac dispararam desde a abertura de capital da empresa em agosto, impulsionadas pela corrida por uma vacina contra a Covid-19.
Nesse período, o valor de mercado da empresa de biotecnologia multiplicou por oito, para US$ 24 bilhões, antes da abertura do pregão na quinta-feira. Mas com o regulador dos EUA prestes a aprovar as primeiras vacinas, a ação da empresa recebeu a primeira recomendação de venda após sua ascensão vertiginosa.
Apesar dos resultados iniciais promissores, dados de estudos mais amplos da CureVac não estarão disponíveis antes do primeiro semestre de 2021, o que deixa a empresa atrasada na corrida pela vacina, disse Martin Auster, analista do Credit Suisse, que rebaixou sua recomendação de neutra para underperform, mas aumentou o preço-alvo de US$ 47 para US$ 50.
Como a vacina contra a Covid-19 da Pfizer e da parceira BioNTech, assim como a da Moderna, o imunizante da CureVac também usa tecnologia de RNA mensageiro. Mas os dados iniciais sugerem que a vacina da empresa alemã “pode ter dificuldade em atingir o nível de eficácia atingido por seus pares”, escreveu Auster em relatório.
A CureVac ainda tem alguns pesos-pesados como apoio, como Elon Musk. O CEO da Tesla tem promovido a empresa de biotecnologia com a qual tem parceria para construir microfábricas de RNA, e chamou a impressora de vacinas em desenvolvimento pela dupla um “produto importante para o mundo”.
Os papéis da CureVac chegaram a cair 9,7% em relação ao recorde de quarta-feira. Três analistas têm recomendação de compra para a ação, enquanto a de outro analista é de manutenção.