Paranapanema tem novo dia de perdas com prejuízo avançando para R$ 73,1 milhões
Por Investing.com – Após a forte queda da véspera (-7%), as ações da Paranapanema (PMAM3) recuaram 0,76%, a R$ 1,31. Na noite de ontem, a companhia anunciou que o resultado do segundo trimestre do ano, com o prejuízo crescendo mais de quatro vezes no período, para um total de R$ 73,1 milhões.
A Coinvalores destaca que a companhia registrou EBITDA negativo em R$ 53,3 milhões neste trimestre, com a parada programada para manutenção da fábrica da Bahia com um dos responsáveis por tal desempenho, pois além do menor volume disponível para venda.
No período, houve também dispêndios no processo e a menor diluição dos custos fixos. O aumento do preço do cobre no mercado internacional e a valorização do dólar contribuíram para o maior faturamento no período, único destaque positivo da divulgação.
O câmbio, por outro lado, também trouxe impacto para o resultado financeiro, aumentando as despesas. Assim o prejuízo saiu dos R$ 73,2 milhões registrados há um ano para R$ 288 milhões agora.
Zelotes
Ontem, foi divulgado que a companhia é alvo de uma nova fase da operação da Zelotes, que investiga o pagamento de propina para beneficiar a mineradora em julgamento no Conselho Administrativo de RecursosFiscais (Carf).
Pelas investigações, o pagamento de propina envolveria o economista Roberto Giannetti da Fonseca, ligado ao PSDB, levando prejuízo estimado de R$ 650 milhões de reais aos cofres públicos, informaram autoridades.
A Paranapanema, sediada em Santo André, no interior paulista, foi autuada originalmente em R$ 275 milhões pela Receita Federal por ter extrapolado o limite estabelecido pelo Ministério da Fazenda a título de ressarcimento de tributos pagos em compra de matérias-primas, e recorreu ao Carf para reverter a cobrança. Em valores atualizados, a quantia chegaria a R$ 650 milhões.
O procurador da República Frederico Paiva, responsável pela operação Zelotes, disse que foram descobertos “sérios e sólidos indícios” de que o julgamento do recurso da empresa pelo Carf foi manipulado e corrompido, com suspeita de envolvimento de Giannetti. A Paranapanema conseguiu anular a atuação da Receita. A Justiça autorizou a realização de quebras de sigilo bancário, fiscal, telemático e telefônico, bem como buscas e apreensões, de sete pessoas e duas empresas em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pernambuco, além do Distrito Federal.