Paranapanema (PMAM3) desaba mais de 20% após pedido de recuperação judicial
A Paranapanema (PMAM3), que tem a Caixa Econômica Federal como acionista, recuava 23,79%, cotada a R$ 4,57, no pregão desta quinta-feira (1). A queda das ações da siderúrgica brasileira vem após a companhia dar entrada no pedido de recuperação judicial, em caráter de urgência.
O pedido foi encaminhado perante a 1ª RAJ da cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, nos termos da Lei nº 11.101/05, após ser aprovado pelo conselho de administração da empresa e encaminhado para referendo em assembleia geral extraordinária de acionistas.
A Paranapanema já vinha realizando acordos com credores nos últimos anos e atribuiu, em documento judicial, sua situação às crises econômicas de 2015 e 2016 e à pandemia de Covid-19, além de uma parada operacional em unidade na Bahia por problemas de gasoduto mais cedo neste ano.
“A recuperação judicial foi precedida de negociações com fornecedores estratégicos que irão nos garantir o fornecimento de insumos e escoamento da produção”, diz Marcelo Milliet, sócio da Íntegra, consultoria responsável pelo processo de recuperação.
A dívida da Paranapanema
Atualmente, a Paranapanema tem uma dívida já renegociada de R$ 2,6 bilhões junto a instituições financeiras, cujas garantias estão atreladas a direitos creditórios e ativos reais da companhia. Esse montante não integra o pedido de Recuperação Judicial apresentado à Justiça Paulista.
A recuperação tem como objeto dívidas operacionais de 450 milhões, que serão negociadas de acordo com a capacidade de pagamento da empresa. “A recuperação judicial vai nos dar fôlego para retomar o fluxo normal de operações e garantir o abastecimento de mercado”, diz Milliet.
A companhia já deu início a ajustes para sanear a empresa. Nesta semana, a Paranapanema anunciou que realizou um ajuste na sua estrutura organizacional de seus colaboradores para adequar o quadro funcional à demanda projetada.
O plano de recuperação poderá incluir também aumento de capital, com a negociação de eventual de conversão de dívidas em ações da empresa, melhorias operacionais e venda de ativos não estratégicos.
*Com Reuters
Disclaimer
O Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.