Carnaval

Paraíso do Tuiuti critica CLT em desfile, mas só contrata 3 em 2017

13 fev 2018, 22:33 - atualizado em 14 fev 2018, 17:57
(Foto: Jessica Wolfie ‏@JessicaOliverss)

A escola de samba do Rio de Janeiro Paraíso do Tuiuti foi uma das maiores ovacionadas do Carnaval no domingo (11) ao realizar um desfile com diversas críticas sociais e, entre elas, uma ala chamada “Os Guerreiros da CLT” com “trabalhadores que portavam carteiras de trabalho”.

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A ideia foi ressaltar o trabalho informal e com integrantes fantasiados de ambulantes em uma crítica à reforma Trabalhista. O novo texto altera mais de 100 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), permitindo que o acordado entre patrões e empregados sobre o previsto em lei nas negociações trabalhistas. 

Apesar das criticas, uma consulta feita pelo ILISP (Instituto Liberal de São Paulo) aos microdados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho, revelou que a Paraíso do Tuiuti só empregou três pessoas pela CLT em 2017. O desfile se tornou o segundo maior assunto do Twitter mundial na segunda-feira. O samba-enredo também não foi produzido na escola, mas terceirizado para diversos autores com histórico campeão e, com isso, não ocorreu a tradicional disputa de letras.

De acordo com o levantamento, “duas das contratações ocorreram em maio de 2017: dois jovens aprendizes de 16 e 17 anos de idade foram contratados por 20 horas semanais cada, com prazo determinado e salário de R$ 553,00 mensais. Em outubro de 2017 ocorreu a terceira contratação: um homem de 23 anos de idade e ensino superior completo foi recontratado por 40 horas semanais e salário de R$ 2.618,00 por mês”.

No ano passado, ao perder o controle, um carro da Tuiuti colidiu com as laterais da avenida, deixando 20 pessoas feridas, uma das quais não resistiu e morreu cerca de dois meses depois.

Apuração

Com o samba-enredo “Meu Deus, Meu Deus, está extinta a escravidão?”, a Tuiuti desfilou no Grupo Especial no domingo e terminou com o vice-campeonato, atrás da Beija-Flor. A quis mostrar que mesmo após a libertação das pessoas escravizadas ainda não houve integração, igualdade de direitos e de cidadania para os negros. Para discutir esta questão, a agremiação veio com apoio importante das baianas, que representaram a nobreza africana dentro do enredo.

Desemprego

O contingente de desempregados no país aumentou em 1,47 milhão de pessoas entre 2016 e 2017, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O total de desempregados passou de 11,76 milhões na média de 2016 para 13,23 milhões em 2017, um aumento de 12,5%.

A reforma só começou a valer, de fato, em novembro do ano passado e ainda não há dados suficientes para realizar uma avaliação de sua eficácia.

(Com Agência Brasil)

(Atualizado às 17h57 de 14/02/2018)

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