Política

Para vencer em 2022, Moro precisa se tornar o candidato da segunda via, não da terceira

26 nov 2021, 17:17 - atualizado em 26 nov 2021, 17:17
Sergio Moro
Moro precisa buscar a parcela antipetista que hoje está no barco de Bolsonaro, mas que não é fiel (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O ex-juíz e ministro da Justiça, Sergio Moro, parece já ter se consolidado como um nome da “terceira via” na disputa presidencial entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro, mas, para se tornar de fato um concorrente de peso, precisa ser visto como a “segunda via”.

“Por enquanto, Moro é o candidato da terceira via. Alcançar essa condição não foi muito difícil. Muito mais complicado será se transformar em candidato da segunda via, isto é, representante do campo antipetista no segundo turno de 2022”, avalia a MCM Consultores.

Para os analistas, Moro está deixando o mercado, o empresariado e outros segmentos sociais importantes sonharem com o sucesso da “terceira via”. Isto porque o candidato anunciou Affonso Celso Pastore como conselheiro.

“Pastore, como se sabe, é um economista respeitado de sólidas credenciais ortodoxas. Um nome perfeito para esquentar a torcida do mercado financeiro e dos meios empresarias a favor de Moro. Rendeu também mais espaço para a candidatura Moro na mídia tradicional”.

Segunda via

Para se firmar como o candidato de segunda via, explica a MCM, Moro precisa buscar a parcela antipetista que hoje está no barco de Bolsonaro, mas que não é fiel.

“Os bolsonaristas radicais, que, tudo indica, correspondem a uma fatia de 10 a 15% do eleitorado, rejeitam fortemente Moro. O candidato do Podemos terá que pescar eleitores entre os bolsonaristas moderados, que também parecem constituir 10 a 15% do eleitorado. A batalha por esses eleitores será acirrada”, aponta.

Uma das tentativas de buscar este público foi a promoção da filiação do general Santos Cruz, também ex-ministro de Bolsonaro, ao Podemos.

“Foram iniciativas astutas e capazes de mantê-lo em evidencia na mídia e nas redes sociais. E demarcaram o terreno onde Moro tem mais chance de trafegar, qual seja, junto a segmentos que apoiaram Bolsonaro em 2018, mas se decepcionaram com o atual governo: mercado financeiro, empresariado, militares e eleitores conservadores, assim como a parcela dos brasileiros que continua a dar prioridade ao combate à corrupção”, ressalta a MCM.

Nas redes sociais, segundo uma pesquisa do ModalMais/ AP Exata, Moro já tem conquistado parte desta fatia.

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