Para UBS, há motivos para ser ainda mais pessimista com o coronavírus
Em relatório divulgado nesta quarta-feira (18), o UBS afirma que o impacto econômico do coronavírus na economia global pode superar o pior cenário traçado pelo banco. O motivo é a crescente restrição de movimentação das pessoas, tanto dentro de seus próprios países, quanto entre eles.
A equipe do UBS analisou as restrições adotadas por 41 países, incluindo o Brasil, e elaborou um mapa de restrições com uma escala de zero (nenhuma restrição adotada) a 10 (restrição total).
Embora admita que a pontuação contém alguma subjetividade, o banco informa que o fechamento de escolas garante, pelo menos, um 3 para o país. Já o fechamento de fronteiras confere, no mínimo, nota 5. Restrições à movimentação interna de pessoas e adoção de quarentena rende 7 ou 8.
Por esses critérios, a China marcava 10 pontos na escala, até meados de fevereiro, mas o relaxamento das restrições, nas últimas semanas, à medida que a pandemia é controlada por lá, fez o UBS reclassificá-la com 5 atualmente. O Brasil recebeu nota 4 – o que nos coloca no grupo intermediário.
Economia e pessoas paradas
Mais do que um exercício, o UBS procurou relacionar essa escala ao impacto econômico causado pelas restrições de mobilidade. O problema, segundo o banco, é que o estudo mostra que a economia mundial sentir bem mais do que se imaginava.
“A paralisação em grande escala do setor de serviços, em muitos países, contribuirá para disrupturas severas na cadeia de fornecedores, como vimos nos dados da China em fevereiro, e nos levará, muito provavelmente, a uma queda no crescimento do segundo trimestre maior do que supúnhamos mesmo no nosso pior cenário”, afirma o relatório.
O banco informa que, até agora, seu cenário mais pessimista prevê uma queda do PIB mundial de 3,5% no segundo trimestre, sobre o mesmo período do ano passado, já descontados ajustes sazonais.
O motivo do pessimismo é o fato de que, nas últimas semanas, o conjunto de países analisados pelo UBS subiu rapidamente na escala de restrições criada pelo banco. No mesmo período em que a China recuou de 10 para 5, isto é, desde meados de fevereiro, os demais países subiram de 2,5 para 5,7 pontos.