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Para UBS BB, Selic subirá menos que o mercado pensa e terminará 2021 em 4%

18 mar 2021, 16:05 - atualizado em 18 mar 2021, 16:06
Banco Central
Contrapeso: pandemia ainda freia a economia e ajuda a conter a inflação, segundo o UBS BB (Imagem: Leonardo Sá/Agência Senado)

O UBS BB, parceria entre o banco suíço e o Banco do Brasil (BBASE3), afirma que o ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic), iniciado ontem (16) com o ajuste de 0,75 ponto percentual, será menos intenso do que o mercado acredita.

Ao se referir ao comunicado do Copom sobre a decisão que levou a taxa para 2,75% ao ano, o UBS BB afirmar que “há pontos que sugerem que o ajuste total da Selic, neste ano, poderá se provar menos intenso do que o mercado esperaria”.

Fabio Ramos e Roque Monteiro, que assinam o relatório da instituição, observam que, na nota, o Banco Central afirmou que estamos diante de um caso de “processo de normalização parcial” dos juros, e que um “ajuste suave” foi necessário para ajudar a conter as expectativas do mercado.

Os analistas sublinham que o próprio Banco Central ponderou que ancorar novamente as expectativas de inflação será ainda mais importante, se as medidas de isolamento social que freiam a economia forem mais breves que o previsto.

“Os desdobramentos da pandemia e suas consequências econômicas e políticas determinarão os próximos passos [do Banco Central]”, afirma o UBS BB. Por ora, o banco manteve sua estimativa de uma alta de 0,75 pontos-base em maio, e outra de 0,50 ponto em junho. Com isso, a Selic terminaria o ano em 4%.

Deterioração do cenário

“Enxergamos uma forte deterioração da atividade econômica nos dados de março”, explicam os analistas. “O PIB provavelmente cairá no primeiro trimestre de 2021, e o hiato do produto pode se tornar mais profundo e não fechar nos próximos meses, devido às restrições gerais [de isolamento social]”, acrescentam.

A continuidade da pandemia também deverá manter o real pressionado frente ao dólar, segundo o UBS BB. “Neste meio tempo, alguma Selic negativa em termos reais permanece possível”, diz.

Ao contrário de outras casas, que já enxergam uma pancada dos juros que elevaria a Selic para 6% neste ano, o UBS BB acredita que, após atingir o patamar de 4% ao ano, o Copom só retomará o ciclo de alta em 2022, quando houver sinais claros de melhora da economia. Nesse caso, o banco projeta uma taxa de 5,25% no fim do ano que vem.

 

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