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Para tentar entender o Brexit, Morgan Stanley recorre à máquina e mapeia consequências

02 out 2019, 14:32 - atualizado em 02 out 2019, 15:16
Morgan Stanley
O impacto sobre os ativos de uma saída sem acordo não seria tão ruim quanto esperado por alguns

Um recado para o exército de estrategistas, economistas e investidores agoniados com o Brexit: relaxem. Façam uma pausa. Os quants do Morgan Stanley chegaram para ajudar.

O banco de Wall Street lançou seu modelo de computador para mapear as consequências da tortuosa tentativa do Reino Unido de deixar a União Europeia, uma das questões mais difíceis das finanças mundiais.

A boa notícia: o impacto sobre os ativos de uma saída sem acordo não seria tão ruim quanto esperado por alguns. A má notícia: ainda seria muito negativo, e o Morgan Stanley vê uma chance de 35% de isso acontecer.

Abaixo estão os principais pontos destacados pelo modelo no caso do pior cenário, segundo relatório publicado na segunda-feira:

– No mercado de renda variável, um Brexit sem acordo provavelmente terá um impacto negativo sobre as ações da Europa e do Reino Unido no curto prazo, mas as baixas serão moderadas (um dígito) e não fortes (dois dígitos). Os lucros por ação na Europa podem cair entre 5% e 6%; o FTSE 100 poderia se desvalorizar de 3% a 5%.

– No mercado de câmbio, os investidores que venderem ativos de risco depois de uma saída sem acordo poderiam estimular uma demanda por euros, uma moeda procurada para financiamentos, amortecendo a queda. O franco suíço deve experimentar um rali.

– Em títulos de dívida públicos, o Morgan Stanley prevê um aumento de cerca de 25 a 35 pontos-base no spread irlandês de 10 anos em relação à Bélgica, Áustria e Finlândia, enquanto o spread em relação aos Bunds poderia aumentar para 100 pontos-base.

– Os títulos do governo alemão provavelmente seguiriam o caminho dos títulos do Reino Unido, os chamados gilts, sendo que os rendimentos dos últimos devem aumentar.

– Nos títulos corporativos, o programa de estímulo do Banco Central Europeu deve amortecer um pouco a dívida não financeira. O Morgan Stanley vê espaço para uma maior volatilidade dos ativos que não são diretamente suportados pelas compras do BCE, como títulos de alto rendimento e híbridos corporativos.

Para chegar às conclusões, o Morgan Stanley usou uma estrutura de “input-output” para simular como uma mudança da demanda em um país pode ser rastreada através dos setores e países que fornecem insumos para o produto final. O modelo permitiu ao banco esboçar detalhadamente uma carteira de negociação do Brexit.

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