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Para relembrar: Veja as empresas que pediram recuperação judicial em 2024

03 jan 2025, 14:00 - atualizado em 27 dez 2024, 16:18
Empresas. Recuperação Judicial, Dívidas, Mercado
Em 2024, Gol, Dia, Casas Bahia, e outras empresas entraram com pedidos de recuperação judicial (Imagem: Mojo_cp/Canva Pro)

Após crises em gigantes como Americanas, 123 Milhas e Starbucks nos últimos anos, várias empresas entraram com pedidos de recuperação judicial (RJ) em 2024.

Segundo Max Mustrangi, CEO da Excellance, o cenário econômico de alta inflação e juros elevados impactou o número de pedidos de RJ, com destaque para as empresas de agronegócio.

Dentre os fatores, principalmente o poder aquisitivo da população corroeu o poder de compra e, consequentemente, levou a população a buscar outras empresas no mercado. “É estrutural a coisa, totalmente correlacionado”, diz.

Relembre a seguir algumas das empresas que entraram com pedidos de recuperação judicial em 2024

  • Gol

Gol (GOLL4) protocolou no inicio de 2024, dia 25 de janeiro, um pedido voluntário de recuperação judicial nos Estados Unidos, com a intenção de se proteger por meio do Chapter 11. O pedido foi apresentado ao Tribunal de Falências para o Distrito Sul de Nova York.

No fato relevante divulgado, a empresa aérea afirmava que a reestruturação de suas dívidas contaria com um compromisso de financiamento de US$ 950 milhões, na modalidade “debtor in possession” (DIP). A principal vantagem dessa modalidade de crédito é permitir que a empresa receba dinheiro novo, sem oferecer garantias, em contrapartida, podendo preservar sua estrutura e manter as operações.

O compromisso de financiamento foi firmado por “membros do Grupo Ad Hoc de Bondholders da Abra e outros Bondholders da Abra”, segundo o comunicado.

  • Subway

SouthRock Capital anunciou em 11 de março o pedido de recuperação judicial da rede de fast food Subway. Segundo os documentos apresentados na época, as dívidas totalizam R$ 482,7 milhões.

O pedido foi protocolado na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca de São Paulo, e foi aceito na mesma semana, no dia 13.

Segundo a controladora, um grupo de credores havia interrompido as negociações e passou a exigir o pagamento imediato dos valores a que tinha direito, levando-a a dar entrada no pedido de RJ do Subway.

  • Dia Brasil

A rede de supermercados Dia anunciou em 21 de março, a entrada de um pedido de recuperação judicial no Brasil. A decisão ocorreu após a rede espanhola comunicar o fechamento de 343 supermercados e de três centros de distribuição no país.

De acordo com o Valor Econômico, a dívida total era de R$ 1,1 bilhão, com R$ 268 milhões do valor em dívidas com bancos.

Segundo a empresa, o objetivo da recuperação judicial era obter auxílio para dar continuidade às operações no país, afirmando que a rede em outros países, como Espanha e Argentina, não haviam sido impactadas.

  • Casas Bahia

Em 28 de abril, a Casas Bahia (BHIA3) anunciou que fez um pedido de recuperação extrajudicial. Isso porque, havia uma dívida que somava R$ 4,1 bilhões.

A varejista possuia apoio dos seus principais credores: Bradesco e Banco do Brasil.

O plano estabelecia o alongamento da dívida da companhia, que antes era de 22 meses, para 72 meses, além de uma renegociação dos juros pagos. Outro ponto foi um período de carência de 24 meses para começar a pagar os juros e de 30 meses para iniciar o pagamento principal.

No documento, a companhia enfatizou que a reestruturação da dívida não teria impacto para clientes, fornecedores, colaboradores e sellers.

  • Livraria Cultura

Com dívidas de mais de R$ 15 milhões no aluguel, em abril, a Livraria Cultura anunciou o fechamento definitivo da loja no Conjunto Nacional, localizado na Avenida Paulista, em São Paulo. Isso após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negar um pedido de suspensão da ordem de despejo do local.

A empresa entrou com um pedido de recuperação judicial em maio de 2021.

Com o pedido para suspender a ordem de despejo da unidade na Paulista negado, o ministro Raul Araújo aponta que o processo de falência não pode significar “uma blindagem patrimonial” das empresas em recuperação, frente aos credores.

  • Coteminas

A parceira da SheinCoteminas (CTNM3), entrou em recuperação judicial em maio de 2024. Com o pedido aceito pela Justiça, a companhia afirmou na época que “conseguiria a sua restruturação financeira e de todas as empresas do grupo”.

De acordo com Coteminas, a decisão refletiu a alegação do fundo de investimento em participações (FIP) de vencimento antecipado das debêntures emitidas pela Ammo Varejo, que faz parte do mesmo grupo.

Dessa forma, como consequência do vencimento antecipado, o FIP pretendia garantir a transferência da totalidade das ações da Ammo, de titularidade da Coteminas.

  • Casa do Pão de Queijo

A rede de cafeteria Casa do Pão de Queijo entrou com pedido de recuperação judicial, com dívida de R$ 57,5 milhões. A companhia protocolou o pedido em 28 de julho, no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

Conforme a ação, a empresa enfrentava o impacto severo da pandemia, aliado à alta dos juros e enchentes no Rio Grande do Sul. A ação incluiu 28 filiais, localizadas em aeroportos. No entanto, não envolveu as franquias.

O pedido foi apontado como solução para a atual situação financeira da cafeteria, de modo a permitir que os compromissos da empresa sejam cumpridos.

  • Agrogalaxy

Agrogalaxy (AGXY3) entrou com pedido de recuperação judicial no mês de setembro. Na manhã do dia 18, o CEO e mais 5 conselheiros da empresa renunciaram e Eron Martins assumiu o comando da companhia.

O pedido de recuperação judicial visava proteger a companhia e suas subsidiárias a continuarem a cumprir suas obrigações.

Segundo Martins, o pedido foi baseado na “solidez, confiança e transparência com que a empresa sempre conduziu suas atividades, o que dá confiança para empresa superar essa fase e crescer de forma sustentável”. A dívida líquida totalizou R$ 1,5 bilhão em junho de 2024, uma redução de 9,8% ante junho de 2023. 

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Estudante de jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, tem habilidades em edição de imagens e vídeos além da paixão pelo meio de comunicações. Estuda inglês e está em busca da fluência.
vitoria.pitanga@moneytimes.com.br
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