Commodities

Para onde vai o minério de ferro? Veja a opinião de Wood Mackenzie, Citi, Capital Economics e Macquarie

31 jul 2019, 14:57 - atualizado em 31 jul 2019, 15:11
O preço de referência spot foi negociado pela última vez a US$ 119,80 a tonelada, uma valorização de 66% este ano (Imagem: Pixabay)

O impressionante rali do minério de ferro está prestes a enfrentar seu teste mais difícil. Depois de premiar investidores que apostaram na alta este ano com um salto para o nível mais alto desde 2014, uma série de indicadores, como a recuperação dos estoques portuários e a queda das margens de siderúrgicas na China, agora indica uma probabilidade de preços mais baixos.

O preço de referência spot foi negociado pela última vez a US$ 119,80 a tonelada, uma valorização de 66% este ano, após ter atingido US$ 127,15 no início do mês, segundo dados da Mysteel Global. Observadores do mercado, como a Wood Mackenzie e a Capital Economics, sugerem que a queda da cotação para menos de US$ 100 a tonelada é provável.

A valorização do minério de ferro foi impulsionada por grandes cortes do fornecimento, como o rompimento da barragem da Vale (VALE3) em Brumadinho, Minas Gerais, e o mau tempo e questões operacionais enfrentadas pelas maiores mineradores da Austrália, que alimentaram as expectativas de um déficit global. A demanda também cresceu. Preços mais baixos podem corroer os enormes ganhos acumulados pelas ações da BHP, Rio Tinto e Fortescue Metals.

Este é um resumo das previsões de alguns especialistas:

Wood Mackenzie – Atenção às margens

Os preços devem ser negociados a US$ 95 a tonelada, em média, este trimestre e cair para US$ 85 nos últimos três meses de 2019, segundo a WoodMac, que destaca o impacto esperado de um novo aperto nas margens de lucro das siderúrgicas embora avalie que, atualmente, o mercado transoceânico continua com oferta limitada.

“Do ponto de vista da oferta e da demanda, o mercado não mostra sinais de abrandamento com a entrada no segundo semestre”, disse a WoodMac, citando aumentos limitados dos volumes.

Citigroup – Desaceleração das siderúrgicas

A perspectiva do cenário-base do Citi pressupõe que a demanda por aço chinesa atingirá um pico este ano antes de cair estruturalmente. Embora o mercado de minério de ferro continue “muito apertado”, os preços deverão baixar para US$ 99 este ano e para US$ 80 em 2020.

Embora a demanda da China tenha superado as expectativas, uma desaceleração do setor siderúrgico “está no horizonte”, disse o banco em nota recente. As vendas de terrenos, um dos principais indicadores de demanda por barras de aço, caíram 30% nos primeiros cinco meses do ano, o que sinaliza uma deterioração das construções iniciadas, segundo o Citi.

Capital Economics – Pressões gêmeas

Os preços do minério de ferro e do aço devem cair em meio à desaceleração acentuada do setor de construção da China e a uma recuperação na oferta de minério de ferro, segundo nota da Capital Economics divulgada na terça-feira. O preço da matéria-prima deverá recuar para US$ 100 no terceiro trimestre e cair para US$ 80 nos próximos três meses, segundo a consultoria.

Macquarie Wealth Management – Monitore as exportações

Grandes paradas de manutenção da Rio Tinto e BHP poderiam colocar pressão sobre os volumes de embarque neste semestre, disse o banco. A taxa de embarque de empresas australianas está abaixo da previsão até agora neste trimestre, segundo nota de 23 de julho.

A previsão é que o preço do minério de ferro fique em torno de US$ 110 a tonelada no terceiro trimestre, antes de cair para US$ 95 nos últimos três meses do ano. O Macquarie tem uma recomendação acima da média do mercado para as mineradoras australianas, que incluem Rio Tinto, BHP e Fortescue, devido aos preços elevados do minério.

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