Para onde vai a Selic? Campos Neto está preocupado com Federal Reserve; entenda
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira (19) que juros altos nos Estados Unidos drenam liquidez do mundo emergente. Segundo ele, o cenário internacional desafiador contrasta com “melhora” no ambiente doméstico.
Falando em palestra no 7º Encontro Regional Fenabrave Mato Grosso, Campos Neto notou resistência na queda dos dados de inflação globais, acrescentando que, nos países avançados, o núcleo da alta dos preços ainda está um pouco alto.
Essa também é uma alerta do economista-chefe do Banco do Brasil, Marcelo Rebelo. Segundo eles, o Comitê de Política Monetária (Copom) pode encerrar o ciclo de flexibilização monetária mais cedo se o Fed Funds fechar 2024 acima de 5%. O fim dos cortes pode acontecer com a Selic nos 10%, diz.
A medida seria para neutralizar o efeito provocado pela posição restritiva da política monetária americana. Em segundo caso, o Comitê teria que conviver com níveis inflacionários elevados.
Os comentários de Campos Neto e a análise de Rebelo vieram em meio ao salto recente nos rendimentos dos títulos norte-americanos para os maiores patamares em 16 anos, diante de temores de que o Federal Reserve mantenha os juros altos por mais tempo.
Campos Neto vai diminuir cortes da Selic?
Na semana passada, Campos Neto teria dito que tem mais chances de o ritmo de corte da Selic cair de 0,50 ponto percentual (p.p.) para 0,25 p.p., do que subir para 0,75 p.p. Ou seja, sugerindo uma redução no ritmo de afrouxamento da política monetária.
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O presidente da autarquia, no entanto, esclareceu que, se um dia o Banco Central fosse passar uma mensagem como essa envolvendo a taxa básica de juros, não seria em uma reunião fechada.
“Em nenhum momento falei nada nem remotamente parecido com o que foi interpretado, de que a probabilidade de uma coisa era maior que outra”, disse Campos Neto.
O Copom se reúne no dia 1º de novembro e a expectativa do mercado são de mais dois cortes de 0,50 pp inda este ano. Se confirmado, a Selic fecharia 2023 em 11,75%.
*Com informações da Reuters