Para o Plano Safra 23/24, governo Lula vai precisar de um milagre, não de uma PEC, diz economista
“Cada coisa a seu tempo”, conforme o provérbio português, poderia servir de argumento para o futuro governo organizar várias de suas despesas sem queimar etapas.
Mas não há esse tempo diante do cenário montado para o Orçamento de 2023 e enviado ao Congresso com previsão de crescimento do PIB de 2,5%.
Se já está difícil para achar um jeito de acomodar os gastos para garantir os R$ 600 do Bolsa Família (Auxílio Brasil, no governo que sai), com a PEC Transição sob negociações emperradas, não vai ser diferente achar um caminho para começar a se discutir o Plano Safra 23/24.
“Vai precisar de um milagre e não de uma PEC”, brinca o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, porém não se distanciando da realidade em se tratando de como ficará o teto de gastos – ou os seus rombos.
O governo federal anuncia o financiamento ao investimento e custeio da agricultura em julho de cada ano, mas os debates entre o Ministério da Agricultura, da Economia (ou Fazenda, novamente, com Lula), parlamentares e as principais entidades de classe já vão para a pista de decolagem no máximo de março.
O último Plano Safra do presidente Jair Bolsonaro, de R$ 340 bilhões, 36% a mais que o anterior, tende a acabar antes.
Neste ano, o governo precisou rebolar para encaixar mais R$ 860 milhões de suplementação, em abril.
Não será diferente no ano que vem, em mais uma tarefa para 3º mandato petista, herdada do primeiro e derradeiro governo de Bolsonaro, justamente de frente com uma categoria que o vem rejeitando e ainda apoiada por uma Câmara e Senado bolsonarista.
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