Para o agro, privatização da Fiol é cheia de “cruzamentos” para funcionar em “algum lugar do futuro”
Do pacote dos leilões de privatizações que começam nesta quarta (7), grande expectativa para o agronegócio é quanto ao interesse pela Ferrovia Integração Oeste-Leste (Fiol), em licitação prevista para amanhã.
O primeiro trecho a ser ofertado abre as portas para, em algum lugar do futuro, ser aberto um novo corredor para escoamento de grãos (e açúcar e etanol) do Centro-Oeste e Oeste da Bahia, quando sua extensão de mais de 1,5 mil kms estiver completa entre o litoral baiano e a Figueirópolis (TO).
Mas é uma aposta ainda repleta de ‘cruzamentos’ para funcionar.
A Fiol é a única concessão que não está em operação, entre os aeroportos e terminais portuários que constam da lista de ofertas, portanto o seu futuro está apenas em planilhas.
E seu posicionamento para o agronegócio está ligado à licitação da Ferrogrão, corredor que ligará o Mato Grosso ao Porto de Itaqui, no Maranhão, que o Ministério de Infraestrutura prevê lançar ainda em 2021. Os projetos preveem o cruzamento das duas ferrovias.
Os 537 kms de Ilhéus – cujo porto está previsto para 2022 -, a Caetité, também na Bahia, vão a leilão pelo valor mínimo de R$ 32,7 bilhões, e a Valec acredita que o comprador precisará de R$ 5 bilhões para concluir as obras que a empresa pública vem tocando.
Nesse pedaço, quando concluído, circulará minério de ferro.
O restante da Fiol completa mais desafios e apostas para o agronegócio. Primeiro, ainda o governo terá que licitar o trecho entre Caetité até Barreiras, e depois o último, até a cidade de tocantinense.
Nos leilões de hoje e quinta, batizado de Infra Week, o governo espera arrecadar R$ bilhões.