Economia

Para ministro Moreira Franco, população carioca dará apoio à intervenção

22 fev 2018, 23:14 - atualizado em 22 fev 2018, 23:14

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco, disse acreditar que população do Rio de Janeiro dará apoio à intervenção militar no estado. Ele também afirmou que os integrantes do governo não têm interesse eleitoral na medida e que o presidente Michel Temer recomendou aos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, que não deixem faltar recursos para que a iniciativa seja bem sucedida.

“As pessoas do Rio de Janeiro estão engajadas em poder viver em paz. E essa iniciativa do governo é firme e corajosa. O que ela vai nos proporcionar é iniciar um processo que garanta o principal dos direitos humanos que é o direito à vida”, disse.

As declarações foram dadas hoje (22) após a posse da nova diretoria da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (ABESPetro), associação que reúne atualmente 45 empresas da indústria petrolífera. Moreira Franco representou Michel Temer, que foi homenageado, assim como o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho.

A intervenção militar no Rio de Janeiro foi determinada em decreto assinado na semana passada pelo presidente da República. O secretário de estado de Segurança Roberto Sá foi afastado e o general Walter Braga Netto, atual líder do Comando Militar do Leste (CML), foi nomeado interventor. A medida, que já recebeu a chancela da Câmara dos Deputados e do Senado, foi tomada após uma crescente onda de violência na cidade, inclusive no carnaval, ocasião em que o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, admitiu falhas no planejamento da segurança pública.

Moreira Franco disse que mudou sua visão a respeito da capacidade do poder público em colocar fim à criminalidade em curto prazo. Quando foi eleito governador do Rio de Janeiro, em 1986, chegou a assumir o compromisso de acabar com a violência no estado em seis meses. “Eu tinha 42 anos de idade e acreditava que teríamos força para resolver com muita rapidez. E disse que acabaria com a violência em seis meses. Evidentemente foi um impulso na época, que me fez acreditar que, com a força do governo do estado, poderíamos solucionar a questão em um espaço de tempo tão curto. Mas eu descobri que não”, afirmou.

O ministro afirma estar mais maduro, mas continua acreditando na importância das ações do Estado na área da segurança pública. “A violência faz parte da natureza humana. Na história da humanidade nós temos permanentemente essa manifestação. Hoje, aos 73 anos de idade, muito mais maduro e experiente, continuo acreditando que nós temos que combater a violência e o crime organizado. Temos que mobilizar todos os nossos recursos para garantir o primeiro de todos os direitos humanos que é o direito à vida”, acrescentou.

O ministro Fernando Coelho também conversou com jornalistas e anunciou que irá deixar o ministério até o dia 6 de abril, prazo máximo para que possa concorrer à reeleição como deputado federal pelo estado de Pernambuco. “A decisão do momento exato em que os ministros irão deixar os cargos é do presidente da República. Se depender da minha disposição, fico até o último dia do prazo e me comprometo com a nossa agenda em andamento”, disse. Segundo ele, ainda não há discussão sobre seu substituto.

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