Para manter Selic em 2%, reformas precisam acontecer, afirma Sérgio Rial
Sérgio Rial, presidente do Santander Brasil (SANB11), defendeu durante um painel do evento Investidor 3.0 que, para o Brasil manter a Selic em 2%, é muito importante que as reformas comecem a acontecer.
“Eu acho que, estruturalmente, se quisermos manter os 2%, é muito importante que as reformas, de alguma maneira, comecem a acontecer”, disse o executivo, em conversa com o sócio-fundador e estrategista-chefe da Empiricus Research, Felipe Miranda. “O tema aqui é a sinalização da convergência ao equilíbrio fiscal: Executivo e Legislativo em uma sintonia clara”.
Rial, que não tinha dúvidas de que a recuperação da economia brasileira seria em formato de “V”, tem uma visão positiva quanto à retomada das atividades no país, apesar de reconhecer a existência de desequilíbrios macroeconômicos e da pressão inflacionária, além das variáveis não previstas, como a segunda onda da Covid-19.
O CEO também comentou sobre a situação fiscal do país, jogando críticas à tributação dos bancos. Na avaliação de Rial, o país não está conseguindo acompanhar as mudanças do setor financeiro.
“Infelizmente, nós temos ainda um marco regulatório arcaico”, disse. O executivo defendeu que não interessa ao país olhar apenas para cinco ou seis instituições financeiras tradicionais; é preciso ampliar o escopo para o sistema financeiro como um todo.
Despreocupado
Falando um pouco sobre o Santander, Rial contou que a forte cultura de crescimento, rentabilidade e inovação tem permitido à companhia crescer continuamente, o que traduziu em números surpreendentes no terceiro trimestre do ano.
Questionado se tinha preocupações com o ganho expressivo de mercado das fintechs, o CEO classificou qualquer risco como “bobagem”. Segundo ele, os bancos tradicionais vão sobreviver se conseguirem trabalhar com verticais estratégicas e competir de igual para igual com todo mundo, incluindo as empresas de tecnologia do mercado financeiro.
Rial aproveitou ainda para falar sobre ESG, que vem ganhando cada vez mais destaque nas discussões sociais e tem sido adotado com mais afinco pelas empresas. Na visão do CEO, o ESG é uma agenda de negócio e o mercado de carbono vai virar um ativo financeiro.
O bate-papo com Felipe também passou por outros assuntos, como Open Banking, Pix e a possível cisão da Getnet, empresa de pagamentos do Santander.
O Investidor 3.0 marca os 11 anos da Empiricus e a união da empresa com a gestora Vitreo. O evento reúne convidados de diferentes áreas para discutir sobre temas como investimentos, economia e empreendedorismo. Até amanhã, serão realizados painéis 100% online e gratuitos.
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