Política

Para Maia, responsabilidade de incluir atuais servidores na reforma administrativa é do governo

03 fev 2020, 20:54 - atualizado em 03 fev 2020, 20:54
Rodrigo Maia
Maia ressaltou que o limite de votação da proposta é o texto que o governo mandar (Imagem: Roque de Sá/Agência Senado)

O presidente da CâmaraRodrigo Maia (DEM-RJ), disse que se o governo quiser tratar dos atuais servidores na reforma administrativa, deve incluir as mudanças na proposta de emenda à Constituição (PEC) a ser enviada nos próximos dias, e não esperar que a Câmara faça essas alterações.

O que se tem discutido até o momento é que as novas regras para o serviço público passem a valer apenas para novos servidores.

Maia ressaltou que o limite de votação da proposta é o texto que o governo mandar.

“Outro dia vi o ministro da Economia [Paulo Guedes] dizendo que, se a Câmara quiser, pode ampliar. O governo não pode transmitir para gente uma responsabilidade que é dele. Se o governo entende que tem que tratar dos atuais servidores, que encaminhe a proposta dos atuais servidores”, cobrou o presidente da Câmara.

“A gente não pode introduzir temas novos em relação a matéria administrativa. Então, é bom alertar”, completou.

Maia destacou ainda que as mudanças para os atuais servidores públicos poderão ficar restritas às duas propostas de emenda à Constituição (PECs) que já tramitam no Congresso: uma está no Senado, conhecida como a PEC emergencial (PEC 186/19); e outra, chamada PEC da Regra de Ouro (PEC 438/18), será analisada por uma comissão especial da Câmara.

A proposta dos senadores prevê corte de até 25% da jornada e do salário de servidores públicos que recebem acima de três salários mínimos.

Já a PEC 438/18, de autoria do deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), cria gatilhos para conter as despesas públicas e preservar a regra de ouro.

De acordo com esse dispositivo constitucional, o governo não pode se endividar para pagar despesas como folha salarial, manutenção de órgãos e programas sociais.

Maia voltou a criticar o ministro da Educação, Abraham Weintraub (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Na prática, as duas medidas reduzem os gastos com servidores públicos.

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Ministro da Educação

Maia voltou a criticar o ministro da Educação, Abraham Weintraub. Segundo ele, não há como estabelecer um diálogo “com quem tem a bandeira do ódio de forma permanente” com ataques nas redes sociais.

“Eu só trabalho com bandeira branca, o problema é que o grupo do ministro é a bandeira do ódio, e não posso negociar com quem tem a bandeira do ódio de forma permanente atacando e agredindo as pessoas nas redes sociais”, criticou.

Wilson Santiago

Rodrigo Maia também informou que pode votar na próxima quarta-feira (5) no Plenário da Câmara a suspensão do mandato do deputado Wilson Santiago (PTB-PB), afastado por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federa, Celso de Mello. Santiago foi afastado do cargo em dezembro em razão da Operação Pés de Barro, deflagrada no mesmo dia.

De acordo com Maia, a Câmara deve decidir se chancela a decisão do STF ou garante a retomada do mandato de Santiago.