Para Maia, declarações como as de Carlos Bolsonaro prejudicam recuperação econômica do Brasil
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou que declarações como a do vereador Carlos Bolsonaro, que afirmou que por vias democráticas não haveria mudanças rápidas no País, podem prejudicar ainda mais a recuperação econômica do Brasil.
Maia criticou a postagem feita pelo filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, em uma rede social e disse que frases como essas colaboram com a insegurança de empresários de investir no Brasil.
Segundo Maia, o Brasil poderia crescer 2,5% neste ano, e a previsão é que chegue a menos de 1%. Ele afirmou que é importante compreender os motivos de uma redução drástica na expectativa de crescimento. “É isso que deu a pressa da Venezuela sem o sistema democrático. Eu disse ao ministro Paulo Guedes: o Brasil ia crescer 2,5% neste ano. Por que está crescendo menos de 1%, se o Parlamento está mais reformista do que nunca na sua história, se o governo tem uma pauta liberal?, questionou.
“A gente tem que compreender os motivos de uma redução tão drástica na nossa expectativa de crescimento neste ano. Frases como essa devem colaborar muito com a insegurança dos empresários brasileiros e estrangeiros de investir no Brasil”, afirmou o presidente da Câmara.
Democracia
Rodrigo Maia afirmou ainda que a democracia é o sistema que dá estabilidade aos países e confiança para investimentos de longo prazo, e todas as frases que vão contra a democracia liberal geram danos na confiança no nosso País.
Maia, que chegou nesta terça-feira (10) de uma viagem oficial ao Catar, afirmou que aquele país se propôs a ajudar o Brasil na preservação da floresta amazônica. Segundo ele, todas as regiões do mundo, e não apenas a Europa, estão preocupadas com as queimadas na Amazônia.
Privatização
Questionado sobre a proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, de privatizar todas as estatais, Maia afirmou que é preciso ter cuidado com temas sensíveis na sociedade brasileira. Segundo ele, privatizar não é fácil e não tem apoio popular.
“É preciso montar uma narrativa, como se montou na reforma da Previdência. É olhar a estrutura salarial e de aposentadoria das principais estatais hoje, e abrir para a sociedade: montou-se uma estrutura muito mais cara do que seria em uma empresa privada, uma estrutura pesada na qual o resultado poderia ser muito melhor”, disse Maia.
Reforma tributária
O presidente disse ainda que prefere esperar que o governo formalize uma proposta de reforma tributária antes de se posicionar sobre o possível retorno de uma contribuição nos moldes da antiga CPMF. Segundo Maia, o tributo tem muita dificuldade de ser aprovado na Câmara.
“Não sei se esse é o melhor caminho para resolver o problema do custo da contratação de mão de obra. A intenção está correta, mas não sei se a fórmula é a melhor”, afirmou o presidente da Câmara.