Para Itaú BBA, Ibovespa ainda pode subir quase 50% neste ano
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Na esteira da pandemia de coronavírus, que derrubou o mercado nas últimas semanas, o Itaú BBA cortou sua estimativa para o Ibovespa. Segundo a gestora do Itaú Unibanco, o principal indicador da B3 deve encerrar o ano em 94 mil pontos, ante a previsão original de 132 mil pontos
A nova projeção é 29% inferior à original. Ainda assim, se a estimativa for confirmada, representará um ganho de 47,8% sobre os 63.569 pontos com que o Ibovespa fechou nesta segunda-feira (23).
Marcos Assumpção, Jorge Gabrich e André Dibe, que assinam o relatório, afirmam que o ajuste se baseia numa redução de 25%, em relação ao consenso do mercado, na estimativa dos lucros que serão apresentados pelas empresas neste ano.
Sem charme
Com isso, o P/L (relação preço/lucro) do Ibovespa fica acima da sua média histórica de 11,3 vezes, “revelando que ele não é tão atrativo, no final das contas”.
Entre os setores que sofrerão as maiores perdas, o Itaú BBA prevê uma queda média de 20% no lucro das empresas focadas no mercado interno. No caso dos bancos, esperam-se uma freada na expansão da carteira de crédito de 10% para 3%, o aumento da inadimplência e queda das receitas geradas por tarifas.
No modelo do Itaú BBA, porém, a oscilação do Ibovespa é mais sensível ao custo de capital para o acionista (Ke) do que à queda de lucros. E, neste caso, o cenário também é desfavorável. O Ke embutido nos cálculos passou de 11,25% para 12%.
Outro parâmetro, o prêmio pelo risco patrimonial implícito (ERP) subiu de 4,75% para 5,4%. Os analistas observam que a relação com a paridade dos juros segue estável, “indicando que os fundamentos isentos de risco permanecem os mesmos”.