Comprar ou vender?

Para gestores, Bolsa pode cair ainda mais

17 nov 2022, 11:12 - atualizado em 17 nov 2022, 11:12
Ibovespa Mercados
Boa parte dos gestores estão sem posições direcionais, parte posicionado apenas através de pares long short intrasetoriais. (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

Os gestores macro reduziram mais ainda a exposição a risco no Brasil e optaram por focar em posições internacionais, disse a XP Investimentos. Eles enxergam uma assimetria negativa em relação à Bolsa Brasil, atribuindo um risco de queda maior do que o esperado até o momento, de acordo com a corretora.

O posicionamento reflete uma transição fiscal avaliada como pior do que a esperada, além de um Brasil que deverá crescer menos no ano que vem, na avaliação dos gestores, com tendência de juros altos por mais tempo e inflação apertada.

Ainda assim, gestores entendem que do ponto de vista de valuation a Bolsa está barata. No entanto, dado o nível de incerteza, eles optaram por não montar posições grandes e direcionais, com exceção de alguns que estão vendidos na Bolsa via índice, de acordo com a XP.

“Parte dos gestores entendem que o mercado de infraestrutura, transição/segurança energética e saneamento tendem a se beneficiar”, disse. Varejo, segundo a corretora, tende a ser impactado negativamente pela manutenção dos juros em patamares elevados.

Posições direcionais em Bolsa

Boa parte dos gestores estão sem posições direcionais em Bolsa brasileira, parte posicionado apenas através de pares long short intrasetoriais, explorando o valor relativo entre essas ações, disse a XP. “Os gestores estão buscando no micro tendências mais claras de crescimento”.

Em relação às commodities, em especial ao petróleo que tende a ser impactado pela reabertura da China, gestores entendem que a reabertura total tende a pressionar os preços ao redor do mundo, disse a XP. “Por outro lado, não acreditam nessa reabertura repentina, que deve ir ocorrendo gradualmente ao longo de 2023”.

No câmbio, salvo raras exceções, a maioria aposta em exposições pequenas, mas em um fortalecimento do dólar frente ao real e algumas outras moedas tanto de emergentes quanto de países desenvolvidos no geral, disse a XP.

Tendência maior

Nas alocações locais, a tendência de posicionamento é maior em juros, sendo que muitos deles aproveitaram para ficar aplicados ou ainda mais aplicados nos juros prefixados, disse a XP.

“Os que não o fizeram ou mantiveram essas posições, relataram receio de manutenção do discurso mais duro por parte do próximo presidente e da equipe de transição, o que poderia fazer a curva abrir ainda mais”, comentou.

Ainda em juros, a grande maioria tem posições nas NTN-Bs, principalmente nos vencimentos curtos e intermediários, de acordo com a corretora.

A maior justificativa para a posição é a percepção de que mais gastos geram mais inflação e isso favorece as posições nas “Bs”. “Alguns comentam avaliar alongar os vencimentos nesses títulos, mas ainda avaliando o comportamento da inflação implícita”.

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