Câmbio

Para Fundo Verde, de Luis Stuhlberger, os investidores estão assustados à toa

09 dez 2019, 18:08 - atualizado em 09 dez 2019, 18:08
Dólar 2
Mais fumaça, do que fogo: para Verde Asset, dólar subiu pelos motivos errados (Imagem: Unsplash/@jpvalery)

O mercado está muito mais assustado do que deveria com o noticiário nacional e estrangeiro de política e economia. Essa é a avaliação da Verde Asset Management, fundada por Luis Stuhlberger, um dos mais respeitados gestores do país. Em relatório divulgado nesta segunda-feira (09) para os clientes, a gestora destacou a desvalorização do real, em novembro, como o maior exemplo desses temores infundados.

“O grande tema do mês [de novembro] foi o valor da moeda. Vimos uma espécie de ‘soma de todos os medos’, que catalisou um movimento forte no real”, afirma a asset.

Entre os fantasmas, estavam o fracasso do leilão da cessão onerosa de petróleo, os números negativos da balança comercial e a revisão, pelo Banco Central, da metodologia de cálculo da conta corrente, que culminou num déficit “muito mais profundo” do que as estimativas.

A Verde Asset acrescenta que o cenário internacional apenas ampliou a ansiedade dos investidores, com fortes protestos e manifestações políticas em países vizinhos, como Chile e Colômbia. Mas, o que para parte do mercado é o prenúncio do apocalipse, para a equipe de Stuhlberger, não passa de mais um exemplo de como criamos nossas próprias assombrações.

Imaginando coisas

“Em linhas gerais, acreditamos que a maioria dos medos é infundada ou falsa”, afirma o relatório, que busca analisar com frieza cada um dos fantasmas de novembro e do início deste mês. O fracasso do leilão da cessão onerosa, por exemplo, foi classificado um “evento pontual” e, de certa forma, previsível, já que “talvez, a estrutura de incentivos desenhada apontasse em tal direção.”

Comércio exterior: resultado não era tão ruim, quanto se divulgou (Imagem: Pixabay)

O impacto da revisão do cálculo da conta corrente é, sobretudo, contábil – isto é, não representa saída efetiva de recursos dos cofres públicos. Além disso, a Verde Asset lembra que praticamente ninguém deu bola para o outro lado da história: o aumento do fluxo de investimento direto.

Já a balança comercial estava, mesmo, errada e os números foram atualizados. “Por fim vemos pouco espaço, dada a retomada do crescimento, para manifestações políticas similares a de outros países da região”, observa o documento.

Tudo somado, se a taxa de câmbio foi o termômetro do medo que tomou conta do mercado, nada melhor do que buscar seu preço justo. Para a Verde Asset, o real está “levemente desvalorizado em relação à nossas métricas de valor justo.”

Stuhlberger tornou-se uma lenda viva do mercado brasileiro, ao colocar os fundos que administra entre os mais rentáveis. O mais antigo, Verde FIC FIM, foi criado em 1997. Desde então, acumula um retorno de 17.533%. Trata-se de um desempenho mais de oito vezes superior aos 2.152% do CDI no mesmo período.

No acumulado de janeiro a novembro deste ano, o Verde FIC FIM soma 11,19%, ante 5,57% do CDI.

O fundo mais recente de Stuhlberger, Verde AM Scena Advisory FIC FIM, acumula 30% de retorno desde sua constituição, em 2017, ante 19% do CDI. Somente neste ano, o investimento já rendeu 12,10%.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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