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Para combater rivais, execução do GPA com marketplace será crucial, comentam analistas

19 nov 2020, 13:18 - atualizado em 19 nov 2020, 13:39
Pão de Açúcar
Os analistas da XP não têm dúvidas de que o GPA conseguirá entregar um bom trabalho, mas chamaram atenção para o cenário competitivo no varejo alimentício brasileiro (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

O GPA (PCAR3), dono das marcas Pão de Açúcar e Extra, corre para consolidar sua posição de liderança no varejo alimentício digital. A companhia acaba de lançar um marketplace. A plataforma não só expande seu portfólio de produtos com o intuito de atrair mais consumidores como também deve aumentar a oferta de serviços de logística para vendedores.

A novidade foi bem-recebida pelos analistas do Safra e da XP Investimentos, que enxergam o modelo de marketplace como uma boa oportunidade para alavancar as vendas e elevar o tráfego e a frequência nas plataformas online.

“Conforme a empresa avança no seu projeto do marketplace, eles abrem espaço para uma nova avenida de crescimento, que deve se beneficiar da força da marca, da base de clientes e da capilaridade nacional”, afirmaram Marco Nardini, Danniela Eiger e Thiago Suedt, analistas de Varejo da XP.

Jorge Faiçal, CEO do segmento de Multivarejo no GPA, disse durante o GPA Digital Day que a companhia vai trabalhar inicialmente em grandes verticais, como vinhos, brinquedos e petshops. O objetivo é alcançar 20 mil SKUs (itens à venda) já na Black Friday e 400 mil em 2021.

Os analistas da XP não têm dúvidas de que o GPA conseguirá entregar um bom trabalho, mas chamaram atenção para o cenário competitivo no setor. Na avaliação da corretora, a companhia enfrentará uma concorrência maior com a implementação do marketplace, principalmente de empresas listadas. No entanto, a decisão de não trabalhar por enquanto com eletrodomésticos deve reduzir o risco.

Já para o Safra, a execução do GPA com o marketplace será crucial para a consolidação da marca no mercado.

“O varejo alimentício brasileiro está ficando lotado com a entrada de varejistas online tradicionais, como MercadoLibre, Magazine Luiza (MGLU3) e B2W (BTOW3), que têm se expandido em novas categorias, além de outras empresas do setor, como o Carrefour (CRFB3)”, destacaram os analistas Guilherme Assis e Felipe Reboredo.

As recomendações para a ação do GPA variam. O Safra manteve o rating de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado), com preço-alvo ao fim de 2020 de R$ 102. Já a XP reforçou a indicação neutra e o preço-alvo de R$ 70 para os próximos 12 meses por ver potencial limitado de retorno.