Para BTG Pactual, Light vale 36% menos, após balanço bom, mas não o bastante
O BTG Pactual (BPAC11) cortou o preço-alvo para as ações da Light (LIGT3) de R$ 22 para R$ 14. O novo valor representa uma redução de 36% sobre o anterior, mas, ainda assim, representa um potencial de valorização de aproximadamente 40% para o papel.
A recomendação continua neutra, e veio em resposta à divulgação do balanço do primeiro trimestre da concessionária de energia do Rio de Janeiro.
João Pimentel e Filipe Andrade, que assinam o relatório do BTG Pactual, afirmam que os resultados foram bons, mas não o suficiente, e (eis o pior de tudo) vieram num mau momento, quando o Brasil se prepara para uma recessão causada pelo coronavírus.
Os analistas acrescentam que há pouca visibilidade, por ora, sobre como a Covid-19 vai impactar os negócios da Light. Entre os principais fatores que ajudaram a reduzir o preço-alvo da concessionária, estão os “resultados mais fracos no braço de geração de energia”.
Perdas maiores
A dupla também cita o aumento do custo de capital dos acionistas (Ke), que indica a remuneração exigida por um investidor para aplicar seu dinheiro na companhia.
O Ke subiu 100 pontos-base, no modelo do BTG Pactual, chegando agora a 8% para o negócio de distribuição de energia e 7,5% para a geração.
O elemento considerado mais importante pelos analistas é a curva de perda de energia. Inicialmente, o BTG Pactual estimava uma queda de 30 pontos-base por trimestre durante 2020. Agora, a projeção é de 20 pontos, ou seja, a Light deve desperdiçar mais energia do que imaginado.
As ações da Light fecharam o pregão desta sexta-feira (8) com alta de 0,20%, cotadas a R$ 10,25. O Ibovespa, principal índice da B3, registrou alta de 2,98%, encerrando o dia em 80.448 pontos.