Para BTG, novo governo pode impulsionar ações da BR Distribuidora
Por Investing.com – O BTG Pactual (BPAC11), em relatório enviado a clientes nesta quarta-feira, anunciou a redução do preço-alvo das ações da BR Distribuidora (BRDT3) de R$ 24,00 para R$ 23,00. Apesar disso, os analistas gostam do risco-recompensa, mais ainda com um governo recém-eleito, que poderia em breve tornar a ação uma combinação atraente de opção de reviravolta doméstica.
O banco destaca que segue com a recomendação Neutra até ter um pouco mais de clareza sobre o fechamento de sua lacuna de eficiência, enquanto permanece céticos quanto ao ritmo de recuperação da indústria de combustíveis no Brasil, principalmente do ponto de vista regulatório/competitivo.
A instituição destaca que desde iniciou a cobertura dos papéis em julho, a recomendação Neutra refletia principalmente riscos e conflitos políticos envolvendo sua controladora. A visão era que isso poderia dificultar as melhorias de execução necessárias e as condições competitivas deterioradas do setor, que também poderiam dificultar o investimento da IPO da BRDT de ganhos de eficiência e margem.
Os analistas entendem que apesar das incertezas, é quase certo que o novo governo estará alinhado com a estratégia da Petrobras (PETR4) de focar no negócio de E&P, que eles acreditam que aumenta as chances de mais vendas de ativos de downstream e até mesmo do controle da BRDT.
A equipe avalia que as margens e volumes da indústria têm sofrido nos últimos anos de dificuldades macro e micro, com queda de 6% em 2014-17, enquanto um ambiente competitivo mais forte levou a BRDT a perder uma participação de mercado de + 600 pontos bases. Com isso, sua rentabilidade e a diferença do volume de negócios dos seus pares aumentaram, explicando por que razão o ROIC continuou a ter um desempenho inferior ao dos pares cotados.
O BTG entende que as margens podem subir + R $ 17 por metro cúbico com melhorias de SG&A, enquanto uma precificação mais eficiente (alavancagem de valor de marca incomparável e maior escala) poderia impulsionar a rotatividade de ativos em 18%, ou uma margem bruta adicional de R$ 32 por metro cúbico ganho.
Dessa forma, o banco estima um ganho incremental de R$ 13 por ação para o preço atual da ação se o gap de rentabilidade para pares mais eficientes estiver totalmente fechado.
O banco informou que está revisando as estimativas de companhia para refletir os resultados recentes, e no novo preço reflete os maiores riscos associados aos recebíveis da Eletrobras (ELET3).