Para atender mais credores, Odebrecht quer dividir garantias da Braskem a bancos
Para pagar credores e bancos, o grupo Odebrecht espera destinar parte dos recursos que serão obtidos em uma futura venda de sua fatia na Braskem (BRKM5), que é atualmente de 50,1%.
As instituições financeiras detêm atualmente todas as ações da petroquímica como garantia dos empréstimos destinados ao grupo. As informações são da edição desta quarta-feira da Coluna do Broad, do Estadão.
Caso a ideia siga em diante, vai representar que os bancos vão ficar uma participação menor na Braskem. Em outras palavras, isso vai representar que as instituições devem receber menos do que o valor que tinham como garantia.
A publicação destaca que esse deve ser o caminho a ser adotado nas negociações da Odebrecht com os bancos, destacando que as conversas ainda não tiveram início.
O objetivo é simples, mostrar para as instituições que não existe outra opção, mesmo que parte das dívidas estejam fora da recuperação judicial. A estimativa é que a Braskem esteja avaliada em R$ 28 bilhões, enquanto os passivos do grupo chegam a R$ 100 bilhões.
Quem está fazendo jogo duro, de acordo com a Coluna, é a Caixa Econômica Federal. O banco público tem exigido direitos sobre as ações da petroquímica para se equiparar aos outros bancos.
Para que isso seja realizado, a Odebrecht precisa dar as mesmas condições aos credores que fazem da mesma classe da Caixa, entre eles o governo do Peru e os detentores dos bônus garantidos pela OEC.
Ainda segundo o Estadão, a aposta do grupo é que os bancos estatais devem se sentir mais confortáveis para aceitar um desconto sobre a dívida se as negociações acontecerem com a supervisão de um juiz.
Isso faria com que reduzem possíveis questionamentos do Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério Público sobre os termos.
Apesar disso, o jornal destaca que consenso ainda passa por questões importantes, como a solução da disputa da Braskem com o estado de Alagoas, que conseguiu o bloqueio de R$ 3,7 bilhões da conta da companhia.