Papo de Grana: E esse papo de que bolsa é pro longo prazo?
Por Papo de Grana
Com juros em queda, cada vez mais pessoas têm investido em portfólios com ações em busca de melhorar os rendimentos. Mas será que elas estão preparadas?
O mercado de ações não é tão “comportadinho” quanto o mercado de renda fixa. As ações são negociadas direta e diariamente entre pessoas e, no curto prazo, muitas coisas influenciam para que elas subam ou desçam.
Às vezes o que faz as ações se movimentarem são fatores relevantes como o resultado fraco de uma empresa, os dados positivos de emprego de um país ou a mudança de uma lei. Já outras, são coisas banais, como um boato falso, um estagiário que erra uma ordem ou um tweet do Trump.
Sim, no curto prazo tudo pode acontecer.
Um dos melhores exemplos ocorreu em maio de 2010: um algoritmo criado por um jovem de Londres fez as bolsas americanas entrarem em colapso. Ações e mercados futuros desabaram em um grande efeito manada.
Quer sentir o desespero do dia? Este é um dos inúmeros vídeos que mostram os narradores comentando sobre a queda:
Mas o que aconteceu dias após esse fato isolado? As bolsas voltaram ao mesmo patamar.
No curto prazo existe muito ruído, sobe e desce, mas no longo prazo o que realmente importa é se a economia está crescendo e as empresas estão faturando. É isso que faz com que o mercado tenha, no tal do longo prazo, uma tendência positiva.
Dá uma olhadinha, por exemplo, o gráfico da Apple abaixo. Cada barrinha significa um mês de negociação na bolsa. Se ela está vermelha é porque foi um mês de queda, se está verde, foi um mês de alta.
Viu só? Até mesmo a queridinha Apple tem vários meses com barrinhas vermelhas. Algumas vezes até com 5 seguidas.
O que isso significa?
Que se a pessoa começou a investir em um mês, e no mês seguinte foi acompanhar seus investimentos, o valor do seu patrimônio estava menor. Esperou mais um mês para ver o que acontecia, e novamente caindo. Outro mês de espera, aquela ansiedade batendo e… Mais uma queda. E daí, no quinto mês, já arrancando os cabelos, a pessoa decide sair das ações porque não aguenta mais.
E então o que acontece? A Apple volta a subir e subir e subir, passam os 5 meses ruins e faz novas máximas.
Peraí, mas por que isso? Pra enlouquecer os investidores? Não, simplesmente porque a Apple seguiu vendendo e a turbulência do curto prazo foi atropelada pelos números que a empresa mostrou no longo prazo.
Agora, e se a Apple fracassasse e não vendesse mais iPhones e Macs? Bom, neste caso, o problema não é o prazo dos investimentos, e sim a diversificação de sua carteira.
Por isso, ao investir em ações,** o mais eficiente para a performance do seu dinheirinho é diversificar**. Você precisa estar posicionado em empresas de setores da economia, tamanhos e países diferentes.
Por exemplo, no portfólio de ações do Warren, você tem ações americanas de diversos setores – como a própria Apple de tecnologia ou a Pfizer de saúde – e brasileiras de diversos portes – como a gigante de bebidas Ambev ou a um pouco menor de educação Estácio. Essa super diversificação faz com que você surfe as boas ondas da economia e não afunde em empresas que não performam bem isoladamente.
Historicamente, a economia também se movimenta como o gráfico da Apple. São ciclos de alta, com períodos de alta, mas que no longo prazo estão sempre formando degraus de uma escada que leva para o infinito. Por isso, historicamente as bolsas apresentam boa performance no decorrer dos anos.
Se seu pensamento e seus objetivos são de longo prazo, invista em ações. Elas trarão mais performance ao seu portfólio. Mas se o seu objetivo é de curto prazo ou então se você não tem estômago para aguentar os movimentos de baixa sem se desesperar, o mercado de ações não é a melhor opção para você.
Independente da sua decisão final, o importante é que você se sinta confortável enquanto guarda e investe o seu dinheiro e que, no fim de tudo, consiga atingir seus objetivos.