Fruticultura

Papaya confirma período mais doce, interna e externamente, no 2º semestre da pandemia

14 ago 2020, 15:01 - atualizado em 14 ago 2020, 15:05
Mamão papaya se prepara para reconquistar consumidor interno e externo (Frutmel Frutas)

Um dos segmentos da fruticultura que passou mais apertado no auge da pandemia começa a recuperar expectativas mais doces para o comércio. O mamão papaya tem tudo para reconquistar os mercados interno e externo.

Os preços no varejo começam a chegar mais baratos. No flanco externo, a retomada de um maior número de voos permitirá a derrubada das tarifas aéreas.

E nas duas pontas, sem a concorrência da variedade tradicional formosa.

Bruno Pessoti, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), está vendo a queda de preços no campo, depois de semanas de altas em até R$ 3 o kg. “Hoje (14) chegou a R$ 1,50 e na segunda temos notícias que pode chegar a R$ 1”, informa o empresário, proprietário da Frutmel.

A oferta maior faz a diferença para menor no preço final.

Ainda que implique em perda de receita para o produtor, aumenta o potencial de consumo e, portanto, de volumes mais expressivos de vendas nas propriedades do entorno de Linhares (ES), onde se concentra a produção da espécie.

O momento vem acompanhando, segundo Pessoti, da oxigenação da oferta da fruta na Europa, o principal destino internacional.

Entre março e abril, quando o pico da pandemia no velho continente limitou drasticamente as frequências do modal aéreo, as tarifas chegaram em torno de R$ 2,10/kg. A Brapex agora acredita que no restante do ano a fluidez do comércio será retomada, com o papaya figurando com algo em torno de 80% das exportações totais.

O dólar alto também deverá ser um forte indutor de receita.

Desta vez não terá a competição do formosa, cuja alta oferta do primeiro semestre figurou como destaque interna e externamente. “Acreditamos que a oferta agora caiu 80%”, avalia o presidente da Brapex.

E graças a essa variedade de mamão grande e rústico que o Brasil manteve a média de exportações em 2020. Mais resistente, a fruta se aproveitou do modal marítimo.

O Brasil exportou 21 mil toneladas até julho. Em 2019 todo os embarques somaram 44,2 mil toneladas.