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Pão de Açúcar tem mais um trimestre decepcionante; ações derretem 7,5%

04 nov 2021, 17:38 - atualizado em 04 nov 2021, 17:38
Pão de Açúcar
Os papéis da companhia também sentiram o baque: as ações do grupo varejista fecharam em queda de 7,5%, a R$ 23,13. (Imagem: YouTube/Pão de Açúcar)

Os números do Pão de Açúcar (PCAR3) do segundo trimestre vieram bem abaixo do esperado por analistas em meio à piora do cenário econômico. 

Os papéis da companhia também sentiram o baque: as ações do grupo varejista fecharam em queda de 7,5%, a R$ 23,13.

Para o BTG, a receita líquida das operações brasileiras ficou 5% abaixo do projetado, a R$ 6,3 bilhões. 

O formato hipermercado foi o destaque negativo, apresentando uma queda de vendas em mesma loja (SSS) de 12,8%, enquanto os demais formatos (drogarias e hipermercados) tiveram queda de 0,3% no SSS.

Os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli, Victor Rogatis e Luiz Temporini destacam ainda a divisão multivarejo, com a margem bruta diminuindo 250 bps (pontos-base), 80 bps abaixo da estimativa, impulsionada pelas promoções e um cenário macro mais difícil.

Por outro lado, as despesas de vendas, gerais e administrativas, diminuíram 10bps, ainda ajudadas por iniciativas para aumentar a produtividade nas lojas e reduzir despesas administrativas.

“Os resultados do GPA mostraram uma tendência operacional fraca, embora esperada, no trimestre”, completam.

Na visão da Genial, em um cenário econômico nada fácil, com inflação em alta e com o poder de consumo das famílias indo pelo ralo, era mais que esperado que o Pão de Açúcar não tivesse resultados tão fortes. 

“A forte base comparativa no segmento, o fim do pagamento do auxílio emergencial, bem como alto índice de desemprego e inflação, resultou na queda de 29% das vendas de não-alimentares, contribuindo assim para o desempenho inferior de -12,8% de ‘vendas mesmas lojas’.”, destaca.

Éxito Colômbia Supermercados
Éxito foi um dos pontos positivos do GPA (Imagem: Facebook/Éxito)

Pontos positivos

Mas nem tudo está perdido. Ainda segundo a Genial, a performance da rede colombiana Êxito foi positiva, representando 48% da receita líquida do grupo. 

“Com a pandemia na Colômbia em patamares mais desejáveis, resultando em menores restrições nas lojas durante o tri, o Êxito registrou o forte desempenho de ‘vendas mesma loja’ (LfL) de 15,7%, superando nossas estimativas, e ajudando a aliviar o impacto nas operações brasileiras”, afirma.

Outro ponto que merece atenção de investidores são as vendas do e-commerce, que registraram recorde de vendas de R$ 475 milhões, alta de 46% no ano e de 393% comparado ao terceiro trimestre de 2019.

“Com isso, ele segue aumentando cada vez mais a penetração do canal, que atingiu 9,3% da venda total do segmento de alimentos, contra os 6,3%. Quando olhamos para a bandeira Pão de Açúcar, a de maior rentabilidade, atingiu uma penetração de 15%, com picos de 20% durante o trimestre”, completam.

E a ação?

Na avaliação do BB Investimentos, apesar da já esperada pressão na comparação anual em decorrência do forte crescimento puxada pela Covid, o desempenho do GPA foi decepcionante, tendo como principal algoz o formato Hiper Extra.

“Ao nosso ver, o movimento de venda do Extra Hiper, principal responsável pelo desempenho fraco entregue no trimestre, vai contribuir para uma melhoria gradual de crescimento e da rentabilidade do GPA ao longo dos próximos trimestres, dado que agora os esforços do Grupo serão direcionados para os modelos de lojas com melhores desempenhos.

Por essa razão, o BB manteve o preço-alvo ao final de 2022 em R$ 44,50 com recomendação de compra.

O BTG lembra que após as notícias recentes sobre o GPA descontinuando a bandeira de hipermercados e investindo os recursos em formatos de margens maiores (Pão de Açúcar e supermercados), transformação e expansão digital, as perspectivas são mais positivas para a operação no Brasil no longo prazo.

O banco também tem recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 47.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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