Pão de Açúcar: resultados foram fortes, mas ação não tem mais para onde subir
Os resultados do Pão de Açúcar (PCAR4) agradaram, de modo geral, os analistas. A varejista reportou lucro líquido de R$ 127 milhões, ante o prejuízo de R$ 119 milhões do ano passado.
Já a receita líquida somou R$ 12,45 bilhões, alta de 4,9%, enquanto as vendas mesmas lojas caíram 0,7%, pressionadas por impactos da pandemia nas operações do grupo Êxito na Colômbia e Uruguai.
Para a XP Investimentos, o e-commerce teve forte desempenho, atingindo R$ 1,3 bilhão e 5,7% das vendas de alimentos, além do avanço de outras iniciativas digitais, como a carteira digital e a adição no número de sellers no marketplace.
Houve ainda uma forte penetração das marcas próprias do grupo, com 20,9% das vendas de alimentos, o que contribuiu para rentabilidade da companhia.
O BB Investimentos afirma que os números foram positivos, mesmo com alguns contratempos.
“Dado que o primeiro trimestre foi negativamente impactado por uma forte base comparativa de vendas, restrições ao funcionamento de lojas aos finais de semana em algumas localidades e fim do auxílio emergencial, a queda de receita em moeda constante do GPA era esperada, mas veio inferior às nossas estimativas”, observaram os analistas Georgia Jorge e Richardi Ferreira.
A dupla diz ainda que a margem Ebitda, que mede o resultado operacional, ajustada veio em 7,5%, 1,7 ponto percentual superior no ano e em linha com as estimativas, beneficiada pela otimização das despesas com marketing e aumento da produtividade em lojas em ambas as divisões de negócios.
Vendas sobre mesma loja decepcionam
Na visão do BTG Pactual, o formato o hipermercado e a bandeira Pão de Açúcar foram os destaques negativos, com as vendas sobre mesma loja (SSS) caindo de 3,9% e 1,0% no ano, respectivamente, enquanto supermercados (Mercado Extra e Compre Bem) e lojas de bairro apresentaram crescimento de SSS de 5% e 38%, respectivamente.
“Os resultados do GPA mostraram uma tendência de receita líquida mais fraca do que a esperada no trimestre, embora também deva ter um desempenho inferior ao de seus principais pares listados no Brasil durante este período, limitando a alta de curto prazo”, argumentam os analistas Luiz Guanais, Victor Rogatis, Ricardo Cavalieri e Luiz Temporini, que assinam o relatório.
Já a Ativa lembra que devido ao movimento de migração de pessoas para fora das grandes metrópoles do país, o SSS do formato Pão de Açúcar – que possui a maioria das suas lojas nas cidades grandes – teve desempenho prejudicado.
Hora de comprar?
Mesmo com os números considerados positivos, os analistas não veem espaço para mais altas. Os papéis acumulam elevação de 20,2% no último mês, após uma expressiva queda do papel ocorrida devido a cisão do Assaí (ASAI3).
“No momento, entendemos que o preço corrente do papel já reflete o que consideramos o preço justo de PCAR3 para o final de 2021 (preço-alvo em R$ 42,50), razão pela qual rebaixamos nossa recomendação de compra para neutra”, argumenta o BB.
Para o BTG, a valorização das ações depende do valuation de Soma das Partes por unidade dos diversos ativos do balanço (especialmente Almacenes Éxito e CNova).
Veja as recomendações:
Corretora | Recomendação | Preço-alvo |
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Ativa | Compra | R$ 40,7 |
XP | Neutra | R$ 39 |
BB | Neutra | R$ 42,50 |
BTG | Compra | R$ 47 |