Pão de Açúcar precisa mais do que o Assaí para voltar a crescer
O Pão de Açúcar continua apoiado no desempenho do “atacarejo” Assaí para se segurar durante a recessão econômica brasileira, mostram os dados da varejista sobre o quarto trimestre do ano passado divulgados na última sexta-feira.
As vendas nas “mesmas lojas” no negócio de alimentos, ou seja, abertas há no mínimo 12 meses, apresentaram uma alta de 7,7% no quarto trimestre. O Citi, por exemplo, esperava um crescimento de 11,3%.
O que chama mais atenção, porém, é a distribuição do crescimento entre as marcas. A Assaí contribuiu com 17,3% e crescimento nas vendas, enquanto as demais com apenas 3,7%, “apesar dos continuados esforços para alavancar o crescimento do volume nos hipermercados Extra”, ressalta a analista Paola Mello.
Segundo ela, “os dados publicados reforçam um ambiente difícil para o consumo no Brasil, e devem gerar uma reação negativa do mercado”. A recomendação “neutra” para as ações foi mantida. O preço-alvo é de R$ 61, 80.
Reestruturação
Vale ressaltar que, no mesmo comunicado, o Pão de Açúcar anunciou a abertura e reestruturação de lojas para o ano. Serão entre 6 a 8 novas lojas Assaí, 15 a 20 conversões de Extra para Assaí, 5 lojas Pão de Açúcar e 10 Minuto Pão de Açúcar.
“Dessa maneira, acreditamos que o resultado do 4T16 deverá apresentar uma continuação da recuperação vista no 3T16, fazendo de PCAR4 uma boa opção de investimento dentro do setor de varejo”, avalia o Santander, em relatório assinado por João Mamede. O banco indica a compra dos papéis, com preço-alvo de R$ 70.