Pão de Açúcar (PCAR3): Analistas veem salto de mais de 60% e expansão após oferta de ações; é hora de comprar?
No dia em que precifica sua oferta de ações, o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) figura entre as maiores quedas do Ibovespa (IBOV). Às 16h30, os papéis caíam 3,20%, a R$ 3,33, enquanto o principal índice da bolsa brasileira subia.
A queda pressiona o montante a ser levantado pela companhia com o follow-on. A expectativa do GPA era de arrecadar entre R$ 504 milhões, com a emissão de 140 milhões de ações, e R$ 1,01 bilhão, se considerado o lote adicional. As estimativas contavam com os papéis a R$ 3,60.
Na análise da Genial Investimentos, uma oferta de 280 milhões de ações deve trazer “bastante volatilidade para o papel no curto prazo”, principalmente após a fixação do preço de emissão. Isso porque, antes, a companhia tinha 270 milhões de papéis em circulação.
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Apesar disso, em termos fundamentais, os analistas veem que o Pão de Açúcar tem traçado um “turnaround interessante”, recuperando market share e rentabilidade. “Realizado o follow-on, a companhia endereça o ponto que mais tem preocupado o mercado nos últimos trimestres: alavancagem financeira”, dizem Iago Souza, Vinicius Esteves e Nina Mirazon em relatório.
Em concordância, Vinicius Strano e a equipe do UBS BB acreditam que o aumento de capital, em conjunto com o programa de venda de ativos, deve ser suficiente para resolver a estrutura de capital e reduzir as despesas financeiras, à custa da diluição das ações.
Os analistas ainda avaliam que a oferta deve trazer alívio para que a gestão continue a executar a reestruturação e expansão com maior celeridade. “Abre espaço para mudanças em governança corporativa”, afirmam.
Os efeitos do follow-on do Pão de Açúcar
Após a conclusão da oferta de ações do Pão de Açúcar, os analistas observam dois principais efeitos: possível diluição do controlador e redução da alavancagem.
Em relação ao controlador, eles valiam que, com o aumento das ações em circulação, a oferta pode levar a uma diluição de até 50% para os acionistas que não acompanharem a oferta.
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“Em processo de reestruturação, o Casino já sinalizou que não irá participar da oferta. Concretizado esse cenário, o atual controlador do GPA, que detém uma participação de 41% na empresa, poderia ser diluído até 20% – caso os lotes de ações adicionais sejam emitidos –, deixando de ser controlador da companhia”, explicam os analistas da Genial.
Já quanto a desalavancagem, eles avaliam que a oferta lançada está em linha com o foco do GPA e ocorre após uma série de vendas de participação em outras companhias.
A Genial tem recomendação de compra para GPA, com preço-alvo de R$ 5,50 — o que implica uma alta de mais de 60% caso as novas ações sejam precificadas a até R$ 3,43.