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Pão de Açúcar ou o estreante Carrefour, qual irá reinar na Bolsa?

08 jun 2017, 2:46 - atualizado em 05 nov 2017, 14:02

Atacadão

O Pão de Açúcar, até agora, reina sozinho no segmento de supermercados na B3. Isso, contudo, deve mudar em breve com a venda primária e secundária de ações do Carrefour Brasil, o que deve conferir ao investidor muito mais informações sobre o setor. Com isso em mãos, o Brasil Plural divulgou hoje um extenso relatório em que revisa os números do Pão de Açúcar e os compara, agora, com o seu arquirrival.

O banco elevou as ações do Pão de Açúcar de equalweight (alocação em linha com a média do mercado) para overweight (acima da média do mercado), o equivalente à compra, e aumentou o preço-alvo para o final de 2017 de R$ 60 para R$ 85. Já para a Via Varejo, o braço de eletrônicos do grupo, a indicação foi mantida em equalweight e o preço-alvo passou de R$ 11 a R$ 13.

Até o registro do IPO do Carrefour em 23 de maio, a empresa fornecia poucos detalhes sobre as suas operações no Brasil ao mercado. Agora, contudo, os números do prospecto (veja abaixo) revelam importantes linhas financeiras da líder no varejo brasileiro desde 2014 e, mais importante, dividas pelos segmentos de atuação “atacarejo” e hipermercados.

“Em geral, estamos recuperando a confiança na capacidade de execução do Pão de Açúcar e acreditamos que o crescimento contínuo do Assaí, o recente aperfeiçoamento dos esforços promocionais da empresa no Extra e os investimentos anunciados no formato de supermercado premium Pão de Açúcar devem ajudar a empresa a manter o crescimento no futuro próximo”, ressaltam os analistas Guilherme Assis e Felipe Cassimiro.

Diferenças e margens

“Em nossa opinião, o principal ponto é que, embora o Carrefour tenha uma operação de ‘atacarejo’ mais madura, e talvez um formato de hipermercado melhor, o Pão de Açúcar se beneficia de seu formato mais diversificado, com a bandeira de supermercado premium Pão de Açúcar ajudando a bombear as margens na divisão multivarejo, que inclui lojas de hipermercado, supermercado e bairro”, avalia o banco.

Assaí

O Brasil Plural ressalta que o Carrefour é mais dependente das operações do Atacadão e explora pouco os modelos de varejo tradicional em comparação com o Pão de Açúcar, que avançou bastante com modelos de lojas menores. Outra enorme diferença entre os dois, e que têm impacto nas margens, é a estratégia do Pão de Açúcar de alugar a maior parte das suas lojas (72%), enquanto o Carrefour é dono de (81%) dos terrenos das suas operações.

“Devido à sua estratégia imobiliária e à contribuição de alta rentabilidade do consumido de operações financeiras, o Carrefour traz uma margem EBITDA mais alta, apesar de ter um modelo intensivo de investimento em ativos. No entanto, se ajustarmos para o 1,5% estimado em despesas de aluguel, o Pão de Açúcar ainda possui um EBITDA ajustado mais alto”, avaliam Assis e Cassimiro.

Com isso, conforme apontam os cálculos do banco, a margem (ajustada pelos aluguéis) do Assaí (o atacarejo do Pão de Açúcar) está em torno de 4,7% e o Atacadão em 4,5%.

Prospecto do IPO do Carrefour Brasil

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