Pão de Açúcar: mesmo com atuação mais fraca do varejo alimentar, BTG mantém recomendação de compra
O BTG Pactual (BPAC11) manteve sua recomendação de compra para o Pão de Açúcar (PCAR4), com preço-alvo de R$ 106, após a companhia divulgar os dados operacionais do quarto trimestre de 2019. Melhores perspectivas para a economia, bem como o aumento da inflação da proteína no Brasil e a migração da empresa para o Novo Mercado sustentam a avaliação do banco.
No entanto, os analistas Luiz Guanais e Gabriel Savi fizeram uma ressalva.
“As estimativas de crescimento para o varejo alimentar no país devem ser mais fracas comparadas às de outros segmentos do varejo nos próximos trimestres. Isso poderia limitar uma valorização a curto prazo mesmo com os papéis estando relativamente atraentes”, afirmaram.
A ação é atualmente negociada a 19 vezes o preço sobre o lucro de 2020 contra 30 vezes o múltiplo da mediana do setor.
Números tímidos, embora esperados
O Grupo Pão de Açúcar registrou alta de 24% nas vendas brutas totais durante o quarto trimestre de 2019 ante o mesmo período do ano anterior. A companhia incluiu as operações da Éxito em dezembro, o que adicionou R$ 2,4 bilhões ao resultado. No Brasil, o crescimento foi de 8,4%, atingindo R$ 16,5 bilhões.
A unidade de atacarejo Assaí compensou o baixo desempenho de outros segmentos, como a divisão Multivarejo – a primeira registrou aumento de 19,7% nas vendas e a segunda uma retração de 2%.
O motivo da má atuação do Multivarejo no trimestre, relembrou o BTG, está associado às reformas e conversões de 51 lojas realizadas pelo grupo no fim do ano.
“A companhia converteu 33 Extra Super em Mercado Extra e Compre Bem durante o período, além de ter reformado 20 unidades Pão de Açúcar para o modelo da sétima geração (G7)”, explicaram Guanais e Savi.
As vendas via e-commerce avançaram mais de 40% no ano.