Arena do Pavini

Pão de Açúcar faz oferta de CRA de 3 anos até dia 27 com juros de 96% do CDI

23 mar 2017, 18:13 - atualizado em 05 nov 2017, 14:06

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Por Ângelo Pavini, da Arena do Pavini

O Pão de Açúcar, oficialmente conhecido como Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), está fazendo uma oferta pública de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) no valor de R$ 800 milhões e prazo de três anos, com vencimento em 14 de abril de 2020. Os papéis têm isenção de imposto de renda sobre os rendimentos para pessoas físicas e o prazo para reserva vai até 27 de março. A liquidação será em 17 de abril.

Os papéis pagarão 96% a 96,5% dos juros dos Certificados de Depósito Interfinanceiro (CDI), a cada seis meses, já líquidos de imposto, equivalentes a 113% do CDI em um papel sujeito a imposto de renda de 15%. Apenas como comparação, os ganhos da caderneta de poupança giram em torno de 60% a 70% do CDI.

Sem garantia do FGC

Os CRAs não contam, porém, com garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), como ocorre com as LCI e LCA e os CDB emitidos pelos bancos e a poupança. Eles são garantidos por recebíveis, ou seja, papéis, no caso, debêntures emitidas pelo Pão de Açúcar para pagar compras de produtos agropecuários e hortifrutigranjeiros pela rede de supermercados. Por isso, é importante ver a qualidade da empresa que está emitindo o CRA. O papel tem classificação de risco AA+ pela agência Standard & Poor’s.

Também não têm resgate garantido, como ocorre com o Tesouro Direto ou mesmo como os papéis emitidos pelos bancos. O investidor precisa vender o papel no mercado para outro, como ocorre com ações. Pelo tamanho da oferta, é provável que os papéis tenham liquidez no mercado secundário, mas o ideal é que o investidor aplique já prevendo levar o papel até o vencimento para evitar surpresas.

Só para qualificados

É preciso ter conta em corretora para participar da operação e ser investidor qualificado, ou seja, com mais de R$ 1 milhão em investimentos financeiros.

Para Fernando Meibak, da Sunrise Investimentos, o papel é de alta qualidade de risco e isento de imposto, o que deve garantir boa procura dos investidores e rateio. Por isso, quem quiser garantir a compra pode entrar pela taxa mínima.

Oferta da CTEEP

No começo da semana, saiu o resultado da oferta de debêntures de infraestrutura da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP). A taxa de corte foi a da NTN-B menos 0,24% e quem pediu essa taxa levou 15,9%. A taxa final da debênture ficou em IPCA mais 5,0373%. A liquidação será no dia 31 de março e serão emitidos R$ 300 milhões em títulos.

Outra oferta, de CRA da Klabin, teve corte na taxa de 95% do CDI e quem pediu mais que esse percentual ficou de fora da oferta. A liquidação será no dia 28 de março. Foram colocados R$ 845 milhões.

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