Pão de Açúcar dispara 8,8% após alta de 14% nas vendas do primeiro trimestre
As ações do Pão de Açúcar (PCAR3) fecharam em forte alta na sessão desta quarta-feira (22) após a rede divulgar a sua prévia operacional do primeiro trimestre. De acordo com o documento, as vendas cresceram 14%.
Com isso, os papéis registraram alta de 8,8%, a R$ 70,72. O Ibovespa (IBOV) subiu 2,17%, a 80.687,15 pontos, máxima de fechamento desde 13 de março.
A receita bruta da rede de supermercados obteve elevação de 15%. Em valores, a companhia faturou R$ 15,9 bilhões.
No consolidado total, que contabiliza também as operações do Grupo Êxito na Colômbia, Uruguai e Argentina, a receita bruta alcançou R$ 21,6 bilhões.
No Brasil, o destaque ficou com a rede de atacarejo Assaí, cujas vendas avançaram 23,8% na comparação e somaram R$ 8,549 bilhões.
Já o segmento de multivarejo, que abrange as bandeiras Pão de Açúcar, Extra e Proximidade, cresceu 6,2% e totalizou R$ 7,349 bilhões.
Mudanças de hábitos
Entre as mudanças de hábito dos consumidores causadas pela pandemia, o grupo informa que a demanda por produtos básicos, como alimentos, cresceu 45% nos canais multivarejo e 30% no Assaí.
Alguns produtos, como arroz, feijão e carne seca, dobraram as vendas. Já alimentos congelados cresceram 80% no multivarejo e 20% no Assaí.
Coronavírus
Na avaliação da XP Investimentos, o maior mérito do Pão de Açúcar foi crescer sem depender do coronavírus, o que levou os consumidores a demandar mais artigos de primeira necessidade, e menos supérfluos e compras discricionárias.
Pedro Fagundes, que assina a análise da XP, afirma que a melhora foi mais notada nos números do Extra Hiper, a bandeira de hipermercados do grupo.
Segundo a corretora, o feito é notável, quando se considera que a mesma comparação revelou uma queda de 4,8% no último trimestre de 2019. A gestora manteve sua recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 100.
O BB Investimentos também afirma que os bons resultados do Pão de Açúcar não se devem apenas ao aumento das vendas, causado pelo coronavírus.
Georgia Jorge, que assina a análise, recorda que, ao excluir o impacto do coronavírus, as vendas no critério “mesmas lojas” subiram 4,3% na comparação anual.