Pão, café e leite podem ficar ainda mais caros?

O café da manhã está cada vez mais caro. Os itens mais comuns da primeira refeição do brasileiro disparou no último ano. Somente o pão subiu 15,34% nos últimos 12 meses. Já o café foi o maior vilão e disparou 66,36%, segundo dados divulgados no IPCA-15.

Na visão de economistas ouvidos pelo Money Times, nesta quarta-feira (01), no geral, os preços devem continuar subindo, o que tende a sufocar ainda mais o poder de compra do consumidor.

“A tendência é de uma melhora para esses produtos, mas isso não significa que eles não vão subir, haverá um alívio na pressão de alta, mas o avanço do preço não vai deixar de existir”, explica Juliana Inhasz, professora e economista do Insper.

Ela comenta que de todos os produtos citados, o pão é que tende a sofrer mais devido à guerra entre Rússia e Ucrânia.

“Os demais produtos nós temos produção aqui no Brasil. O leite tende a voltar para o equilíbrio após uma normalização na produção, somos grandes produtores de café e os problemas climáticos enfrentados no campo já passaram, mas o trigo, principal matéria prima do pão, não é produzido no Brasil, nós importamos e um dos maiores produtores é a Ucrânia. Por isso, enquanto continuar a guerra no leste europeu, o preço do pão pode subir com mais força e pressionar o café da manhã do brasileiro”, detalha.

Além do pão, leite também pode sofrer

Por outro lado, Alberto Azjental, economista e professor da FGV, acredita que alta do preço do pão, por causa da guerra entre Kiev e Moscou, já aconteceu e que o preço do trigo, matéria prima do produto, tende a ficar estabilizado nos próximos meses.

“O trigo subiu muito em fevereiro, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, e naquele momento o mercado precificou a invasão, por isso, o preço da matéria prima do pão caminha em estabilidade desde o início da guerra. Sendo assim, enxergo que o preço do pão tende a ficar estável nos próximos meses”, diz Azjental.

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Sobre o café, ele comenta que o preço do produto tende a ter uma certa estabilidade, pois a forte alta aconteceu devido aos problemas climáticos, que tendem a melhorar. No entanto, ele acredita que o leite pode ficar mais caro.

A tese é defendida com base nas condições climáticas dos próximos meses, visto que o país vai entrar no período de seca, o que tende a fazer com que os pastos percam sua qualidade.

“A perda de qualidade dos pastos obriga o agricultor a comprar mais ração para as vacas leiteiras, o que significa um aumento de custos na produção do leite, algo que tende a ser repassado para o consumidor, causando um aumento do produto”, conclui.