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Panorama da Bolsa: O que importa para o Ibovespa nesta quarta, segundo 7 analistas

24 nov 2021, 9:46 - atualizado em 24 nov 2021, 9:52
Federal Reserve
No centro do mundo: dados da economia americana são aguardados e darão o tom para o Fed retirar estímulos à economia (Imagem: REUTERS/Chris Wattie)

Esta quarta-feira (24) começa com uma agenda carregada de divulgação de indicadores econômicos nos Estados Unidos, devido ao Feriado de Ação de Graças amanhã (25). Os dados são aguardados com interesse por investidores de todo o mundo, já que servirão para atualizar as expectativas do ritmo de retirada dos estímulos econômicos pelo Federal Reserve.

No Brasil, o destaque fica para a leitura do parecer do relator da PEC dos Precatórios na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Embora o mercado esteja confiante, quanto a um desfecho rápido para esta matéria, ainda há importantes pontos pendentes.

Veja o que ditará o ritmo e o rumo do Ibovespa nesta quarta-feira (24), segundo alguns dos principais analistas do país.

Ágora Investimentos: todos de olho nos EUA

A Ágora Investimentos destaca a cautela dos investidores nesta manhã, enquanto aguardam a divulgação de importantes indicadores da economia americana, antecipados devido ao Feriado de Ação de Graças amanhã (25). Os dados que sairão hoje nos EUA são a revisão do PIB do terceiro trimestre, os pedidos semanais de auxílio-desemprego, as encomendas de bens duráveis, o índice de gastos de consumo de outubro e a ata da última reunião do Fomc (o equivalente ao nosso Copom).

Banco Safra: todos de olho nos EUA 2

O Banco Safra se concentra na divulgação de dados da inflação americana. Trata-se de uma informação fundamental para calibrar as expectativas de alta dos juros pelo Fed. A estimativa é de uma alta de 0,4% para o núcleo de inflação.

Terra Investimentos: exterior em tendência de baixa

A Terra Investimentos destaca a tendência de baixa nos principais mercados da Europa nesta manhã. Além da cautela até que os dados mais recentes da economia americana sejam divulgados ao longo do dia, as preocupações com uma nova onda de Covid-19 continuam pesando no Velho Mundo. Os índices futuros das bolsas americanas também recuam, em reação à expectativa de que o Fed antecipará o fim dos estímulos econômicos. Mas, à medida que os investidores ajustam suas projeções, os próprios títulos do Tesouro dos EUA (os Treasuries) apresentam uma leve queda.

Genial Investimentos: petróleo e minério de ferro em direções opostas

Depois de subir ontem e catapultar as ações da Petrobras (PETR3; PETR4), contribuindo para que o Ibovespa fechasse em alta, o petróleo zera seus ganhos nesta manhã, segundo a Genial Investimentos, à medida que os investidores avaliam melhor o impacto do esforço de um grupo de países liderado pelos EUA para conter a cotação internacional da commodity. Do outro lado, o minério de ferro continua em alta, desta vez, na Bolsa de Londres, diante das boas projeções para o setor imobiliário na China.

Rico Corretora: Juros sobem nos EUA, e o dólar sobe aqui

A Rico Corretora destaca o efeito-dominó de uma provável alta dos juros nos EUA: a desvalorização do real frente ao dólar. O raciocínio já é um velho conhecido. Quanto maior a inflação americana, maior será a dose de juros necessária para aplacá-la, e mais investidores serão atraídos para os títulos públicos dos EUA. A saída de dólares de mercados emergentes, como o Brasil, pressionará o câmbio local. A consequência será uma maior pressão inflacionária por aqui – e tome Selic alta para contê-la.

MCM Consultores: momento decisivo para a PEC dos Precatórios

Relator da PEC dos Precatórios na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o líder do governo na Casa, Fernando Bezerra (MDB-PE), deve ler seu parecer nesta manhã. A MCM Consultores avalia que a CCJ deve aprovar o relatório sem dificuldades. O mesmo, contudo, não é verdade para o plenário do Senado, onde o governo enfrentará maior resistência. De qualquer modo, cresce no mercado e no meio político os rumores de que o Planalto, a oposição e a base aliada chegaram a um acordo para aprovar o texto, o que desanuviaria o cenário político e ajudaria a conter a ansiedade do mercado financeiro.

Modal Mais: Lei de Responsabilidade Fiscal trancada na gaveta

A Modal Mais sublinha uma provável consequência da aprovação da PEC dos Precatórios pelo Senado. A gestora acredita que não será apenas o teto de gastos que será enterrado com ela, mas também a própria Lei de Responsabilidade Fiscal. Em seu comentário matutino, o economista-chefe da casa, Álvaro Bandeira, afirma: “faz tempo que dissemos: ‘o que virá depois é que assusta’. Por enquanto, seguem as medidas populistas de ocasião, sob o apanágio de ajudar os mais necessitados.”