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Pandemia volta a pressionar shoppings e ações já sentem o baque

10 jan 2022, 16:01 - atualizado em 04 abr 2022, 18:24
Iguatemi Shopping
Setor de shoppings centers já começa a se mobilizar antes mesmo das autoridades (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

A pandemia de covid-19 voltou a ameaçar as operações dos shoppings centers no Brasil neste início de 2022, à medida que a variante ômicron se espalha com facilidade e diversas cidades contam com surtos de gripe, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro.

A Ablos (Associação Brasileira dos Lojistas Satélites) estuda apresentar pedido aos shoppings para que os horários de abertura sejam reduzido por algumas semanas.

Nesta quarta-feira (10), as ações de shoppings listadas na bolsa de valores brasileira operavam em queda e abaixo da performance do Ibovespa (IBOV), que cedia 1,20% por volta das 15h20.

As ações da Aliansce Sonae (ALSO3) derrapavam 3,11%, as da BR Malls (BRML3) caíam 3,71% e os papéis da Multiplan (MULT3) perdiam 1,62%. As units da Iguatemi S.A. (IGTI11) operavam em baixa de 0,92%.

Recomendação

Diante do risco de fechamento do shoppings mais uma vez, com o agravante de que muitos funcionários têm se ausentado do trabalho por conta das doenças respiratórias, a maioria dos analistas consultados pelo Money Times não recomenda a compra das ações do setor.

“Olhando para os preços, as ações da BR Malls, Iguatemi e Multiplan estão sendo negociadas nos valores mínimos históricos. Contudo, a indicação ao investidor é de entradas técnicas e rápidas, sem posições relevantes”, afirma Waldir Morgado, sócio da Nexgen Capital.

Morgado também aponta a inflação como um ponto de atenção. Shoppings e o setor de varejo como um todo seguem a duras penas com a alta da Selic encarecendo as compras a prazo.

A Guide Investimentos avalia que o cenário atual não deve chegar aos patamares de restrição observados em 2020. Caio Ventura, analista de investimentos da corretora, destaca que o principal desafio dos shoppings é retomar o fluxo de caixa e ocupação pré-pandemia.

“Por mais que tenhamos eventuais variantes da Covid à frente, a vacinação em massa tem contido o quadro pandêmico e, portanto, devemos ter um cenário mais ameno aos shoppings até dezembro”, diz.

Fusão complica mais

O anúncio de fusão entre Aliansce e BR Malls, que pode criar uma gigante no mercado de shoppings centers, tende a dificultar as operações dos concorrentes, como Iguatemi e Multiplan, de acordo com Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

“As ações de shoppings acumulam quedas próximas de 15% neste início de ano. E se não bastasse, a competição deve ficar mais acirrada com a criação de uma gigante no setor”, alerta Cruz.

A combinação de negócios entre as duas operadoras de shoppings criaria a maior empresa da indústria no país, com receita líquida de mais de R$ 2 bilhões e um portfólio composto por 58 shoppings distribuídos em 16 estados mais o Distrito Federal, totalizando uma área bruta locável (ABL) de 1,6 milhão de metros quadrados (quase 10% da área total dos shoppings brasileiros).

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